Peugeot 2008 ficou com frente mais elevada, reforçando seu caráter SUV, e ganhou câmbio automático na versão turbo
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Peugeot 2008 ficou com frente mais elevada, reforçando seu caráter SUV, e ganhou câmbio automático na versão turbo

O Peugeot 2008 ganhou um face-lift e surge como principal carro na estratégia de reinvenção da marca francesa no Brasil. Agora com uma nova versão de entrada de R$ 69.990, o Peugeot 2008 está pronto para atrair novos consumidores. Trata-se, na verdade, de um carro injustiçado pelo consumidor, pois tem atributos excelentes em comparação com seus rivais, mas nunca conseguiu ter uma venda expressiva no Brasil.

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O remodelado Peugeot 2008 traz também aquilo que o mercado sempre cobrou do fabricante: câmbio automático na versão Griffe THP, que utiliza motor turbo flex de 173 cavalos de potência. Essa versão topo de linha custa R$ 99.990. Mais equipado e com o mesmo preço que tinha antes, na versão com câmbio manual, o Peugeot 2008 Griffe THP torna-se bastante competitivo.

Entre a versão de entrada (motor 1.6 aspirado de 122 cv) e a topo de linha turbo, existem mais duas versões de 122 cavalos. Uma custa R$ 79.990 e a outra sai por R$ 89.990. Ficou fácil entender a gama.

O Peugeot 2008 vende menos do que merecia por duas razões. Uma delas são os erros da própria Peugeot. Outra é o preconceito do consumidor brasileiro.

Por isso, a diretora geral da Peugeot do Brasil, Ana Theresa Borsari, vem trabalhando há três anos na reinvenção da marca. Isso foi feito em três eixos: rede, serviços e produto.

A reinvenção da rede e dos serviços Peugeot

Ana Theresa Borsari: tese de doutorado sobre o consumidor e sonho de que a Peugeot seja vista como a marca dos SUVs.
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Ana Theresa Borsari: tese de doutorado sobre o consumidor e sonho de que a Peugeot seja vista como a marca dos SUVs.

A proposta da “nova Peugeot”, como dizem seus executivos, é “encantar o cliente”. Não é uma meta fácil, considerando o trabalho ruim que foi feito alguns anos atrás. Para mudar isso, a Peugeot investiu em três anos R$ 20 milhões em preparo da equipe e modificação da rede de concessionárias.

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Para se ter uma ideia, esse é o valor que a marca tinha investido na rede nos 15 anos anteriores. A rede Peugeot vai dobrar até 2022 (atualmente são 100 concessionárias) e ainda este ano crescerá 30%. “Sabíamos que tínhamos que passar por esse alicerce qualitativo”, diz Ana Theresa, brilhante executiva que tem uma interessante visão de mundo e já dirigiu a Peugeot em outros países, inclusive numa região da França.

Quanto aos serviços, o custo de manutenção foi alinhado com o restante do mercado. Por isso, o Cesvi outorgou ao Peugeot 2008 o título de menor custo de reparabilidade. O balcão de reposição da fábrica agora conta com mais de 35.000 peças.

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Mais de 1.000 carros reservas estão disponíveis nas concessionárias para que nenhum cliente fique sem veículo se a manutenção durar mais de quatro dias. Além disso, a Peugeot instituiu um serviço de reboque gratuito 24 horas durante os primeiros oito anos de uso do carro, mesmo que ele esteja fora da garantia.

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É uma mudança e tanto para uma marca que durante anos foi vista como ineficiente nos serviços. Os memes feitos com as patas dianteiras do leão que representa a Peugeot dizem muito sobre isso. Mas já está mudando. Tanto que a prestigiosa pesquisa J.D. Power, perseguida por todas as montadoras do mundo, acaba de colocar a Peugeot em segundo lugar na satisfação do cliente no Brasil. O primeiro lugar ficou com o Grupo Caoa .

Peugeot 2008 pode crescer em vendas

O Peugeot 3008 ganhou a versão Allure, bem mais barata do que as outras disponíveis na linha, mas muito bem equipado.
Guilherme Menezes/iG
O Peugeot 3008 ganhou a versão Allure, bem mais barata do que as outras disponíveis na linha, mas muito bem equipado.


Com as modificações feitas no Peugeot 2008, a marca espera que suas vendas cresçam 30% este ano. Se antes a Peugeot era criticada por não oferecer câmbio automático no 2008 turbo, agora ela radicalizou: não existe mais câmbio manual na linha. Essa notícia desagradou alguns especialistas e puristas, mas a intenção foi exatamente esta: desassociar totalmente a imagem do câmbio manual com a marca Peugeot.

Outra ideia da Peugeot, segundo o diretor de marketing Antoine-Gaston Breton, é que a marca seja lembrada pelos atributos de robustez e durabilidade. Para isso, o desempenho da Peugeot no mercado de veículos utilitários, com os modelos Partner e Expert, tem ajudado bastante.

A confiança é tanta que o novo lema é: cliente insatisfeito com o serviço de manutenção não paga. Ana Theresa afirma que essa iniciativa não é bancada pelo fabricante, mas sim pelos próprios concessionários. Segundo ela, o entusiasmo da rede com a “nova Peugeot” é tão grande que houve um choro coletivo durante uma videoconferência entre os executivos da marca e todos os concessionários.

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Que bom! Antes quem chorava eram os consumidores, por causa de serviços ruins e carros que desvalorizavam. Hoje essa realidade mudou. Os carros são bons: o 208, o 2008, o 3008 e o 5008 são elogiados por todos os especialistas.

A desvalorização acima da média passou a ser um mito. Os próprios concessionários garantem a recompra por um valor de 85% da Tabela Fipe. Em alguns casos, o carro seminovo valoriza, segundo os números da Fipe, como ocorreu com o 3008.

Para Ana Theresa Borsari, a parte mais difícil vem agora: acabar com o preconceito do consumidor brasileiro. Para isso, uma grande campanha está sendo feita na televisão e na internet. Se conseguir isso, Ana Theresa talvez mereça uma estátua em Porto Real. “Sempre acreditei que esse era o caminho.

Minha tese de doutorado foi sobre o consumidor. É só através do cliente que você vira o negócio”, afirma. Seu sonho, agora, é que num futuro próximo os brasileiros se refiram à Peugeot como “aquela marca dos SUVs”, como o Peugeot 2008 .

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