O Fiat Argo abriu mais de 4.000 carros de vantagem sobre seu mais tradicional rival, o VW Polo. É uma chance real de dar o troco da derrota que sofreu no ano passado, quando o Polo terminou em sexto lugar no ranking, com 69,6 mil vendas, e o Argo ficou apenas em oitavo, com 63 mil. Na briga particular entre os hatches compactos da Fiat e da Volks, o momento é do Argo.
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O Fiat Argo foi o único carro de volume que conseguiu crescer durante as festas juninas. Como se sabe, junho teve dois feriadões e isso afetou as vendas da indústria. No caso da Volkswagen, a fábrica de São Bernardo do Campo (SP), onde é produzido o Polo, teve a produção paralisada devido a férias coletivas de 24 de junho a 13 de julho.
Quase todos os carros relevantes tiveram queda nas vendas. O Polo, por exemplo, recuou de 6.199 em maio para 5.428 em junho. Já o Argo subiu: foi de 5.599 para ótimos 7.539. No acumulado do ano, o Argo tem 36.211 vendas e o Polo soma 32.025.
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Além do Fiat Argo, somente seis carros de grande volume registraram crescimento. E todos são SUVs: Jeep Renegade, Jeep Compass, Nissan Kicks, Hyundai Creta, Renault Captur e Renault Duster. Desses, o único que registrou crescimento digno de nota foi o Duster, com mais de 2.000 vendas extras. Até mesmo o VW T-Cross, última novidade do segmento de SUVs, teve uma levíssima queda, de 84 carros.
Não é novidade para ninguém que, para crescer atualmente no mercado brasileiro, é preciso vender carros em lote para as locadoras de automóveis. Em junho, as chamadas vendas diretas bateram na casa de 43,3%. É muito. E não para de subir. Sinal de que as pessoas estão sem dinheiro para comprar os carros, cada vez mais equipados e, portanto, cada vez mais caros. Claro que o Fiat Argo também usou desse expediente para turbinar suas vendas, assim como o próprio VW Polo fizera em maio. Mas tem algo mais.
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Fiat Argo também aposta na versão Trekking
Na comparação de maio e junho, o Argo cresceu também nas vendas de varejo (concessionárias). Ele passou de 4.014 para 4.303, enquanto o Polo recuou de 4.064 para 3.992. Nas vendas diretas, o Argo mais que dobrou as vendas, passando de 1.585 para 3.236. O Polo, que tinha vendido bem em maio, 2.135 unidades, caiu para 1.436.
Existe outro aspecto que pode favorecer o Fiat Argo em sua disputa particular com o VW Polo: a Volks precisa dar atenção ao seu novo lançamento, o T-Cross, enquanto a Fiat joga suas fichas num carro aventureiro, o Argo Trekking , que foi bem posicionado com seu preço de R$ 59.990.
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Se analisarmos a faixa de preços entre a versão de entrada e a topo de linha desses dois compactos, o Fiat Argo mostra mais competitividade. Afinal, sua versão mais barata custa R$ 48.990 (pode ser considerado um carro econômico, segundo o Guia do Carro) e a mais cara não passa de R$ 69.990. Já o VW Polo atua numa faixa superior: vai de R$ 52.360 a R$ 75.820.
Porém, antes de fazer uma aposta dizendo que em 2019 o Argo vai vender mais do que o Polo, convém analisar que o perfil do comprador de carros está mudando e que esses “heróis” que ainda compram automóvel zero quilômetro muitas vezes querem bastante conteúdo, o que pode ser uma vantagem para o Polo, mesmo custando mais.
Nas avaliações do Guia do Carro, o Fiat Argo 1.0 recebeu 2,1 estrelas (conceito bom), devido ao desempenho fraco e ao pouco conteúdo de conectividade, desempenho e pacote de série. Já o VW Polo 1.0 teve 2,6 estrelas (bom), principalmente devido ao razoável conteúdo de conectividade, inexistente no Argo 1.0.
Quanto às versões topo de linha, o Guia do Carro atribuiu 3,3 estrelas (muito bom) para o Fiat Argo HGT 1.8 AT , enquanto o VW Polo Highline 200 TSI obteve 3,9 estrelas (muito bom, quase ótimo) porque obteve nota máxima em segurança e no pacote de série.