O carro elétrico e sua picanha
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O carro elétrico e sua picanha


Uma das indústrias mais intensas em investimento hoje em dia é a do armazenamento de energia. Há bilhões sendo investidos em pesquisa e desenvolvimento na combinação de metais e arquiteturas eficientes para armazenar pelo maior período possível energia em baterias. Velocidade de carregamento, vida útil de materiais e reciclagem são algumas das variáveis a serem determinadas nos produtos oferecidos ao mercado.

Quando se fala de fontes limpas de energia, como eólica ou solar, a questão do armazenamento é ainda mais crítica já que são origens energéticas intermitentes (o vento para o sola ainda não raia a noite) e a combinação com armazenamento é crítica para o melhor aproveitamento e disponibilidade para o mercado. Nas fontes hídricas o armazenamento acontece nos reservatórios de água.

A gasolina ou o diesel que tem como origem os reservatórios finitos de petróleo, normalmente ligados a estruturas sócio-políticas pouco transparentes, ainda é 35 vezes mais eficiente que as baterias hoje disponíveis no mercado. Ou seja, no espaço equivalente a um kg de gasolina, seria necessário 35kg de bateria com a tecnologia atual para atingir a mesma eficiência energética ou a mesma autonomia. Mas há evolução rápida e espera-se que este gap ou distância diminua nos próximos anos.


A principal diferença entre os combustíveis fósseis é que eles já são retirados do solo com capacidade energética intrínseca, ou seja, não é necessário “carregar” a gasolina.

No caso da bateria, ela precisa ser ligada há uma fonte de energia para que possa cumprir seu papel de armazenamento.

Mas esta questão nos brinda com a oportunidade de que a frota de carros elétricos crescente no mundo signifique armazenamento de energia distribuído, muito mais eficiente e seguro do que o concentrado em grande estruturas ou arquiteturas.

Já há nos EUA gente que usa o carro para arbitrar energia ou carregar em momentos de baixa tarifa e devolver para o grid em momento mais crítico ou de pico em que a energia é mais cara e crítica.

Já há no Brasil , atualmente, 160 mil carros elétricos em circulação. Cada carro carrega em média, com 50% de carga, 40 KW/h. Isso equivale a 6,4 milhões de KW/h que abasteceriam 12 mil casas com consumo médio de 500 KW/h.

Ou seja, se você morador de SP estivesse com suas picanhas no frízer neste último sábado e seu carro elétrico estivesse na garagem com 50% de carga, elas teriam sobrevivido ao ainda mal explicado atraso em reestabelecer a energia na cidade de SP nas últimas horas.

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