Mercedes-Benz Classe A: a nova identidade visual chega ao hatch médio inflacionado. embora tenha boas qualidades
Cauê Lira/iG Carros
Mercedes-Benz Classe A: a nova identidade visual chega ao hatch médio inflacionado. embora tenha boas qualidades

Em meio ao lançamento de tantos SUVs, é bom tirar um tempo para curtir um carro que realmente agrada quem gosta de ter as mãos no volante. Nada contra a opinião dos consumidores que preferem abdicar dirigibilidade, emoção e dinâmica para comprar um entre os infinitos utilitários disponíveis no mercado brasileiro, mas hatches médios são os melhores para quem gosta de guiar. Além de estilo e refinamento, estes modelos sempre estiveram na vanguarda da tecnologia da indústria, integrando o que há de mais moderno no mercado. Um bom exemplo é este Mercedes-Benz Classe A 250 Vision, meu intrépido companheiro em um passeio pelo litoral paulista.

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Este é o modelo mais jovial disponível pela estrela de três pontas no mundo todo. O público-alvo, de acordo com a própria marca, engloba jovens entre 25 e 35 anos que gostem de expressar sua personalidade por meio do estilo. Algo que combine com sua jaqueta jeans e o tênis caro da Adidas no feed do Instagram. Por conseguinte, o Mercedes-Benz Classe A 250 Vision é cheio de presença, com um grande capô aliado à nova “cara de tubarão”. Mesmo nesta versão que ainda não surge com pacote AMG, o hatch ficou mais invocado.

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Assim como na geração anterior, os faróis de neblina continuam integrados aos LEDs nos lustres principais. É interessante ver como as marcas alemãs têm buscado o minimalismo, enquanto as demais insistem em separar cada vez mais os conjuntos ópticos. Além de acrescentar requintes de esportividade, a nova escultura da carroceria garante um bom coeficiente de arrasto para o Classe A, na casa de 0,25 Cx (ante 0,26 do modelo anterior). Isso assegura melhorias na performance e no consumo de combustível, além do título de líder em aerodinâmica de sua categoria.

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Na traseira, além das lanternas que avançam contra a tampa do porta-malas, a Mercedes também diz que o bucal para colocar a bagagem ficou maior. O novo design também garantiu 29 litros extras de capacidade no compartimento, totalizando 370 l.

Deixo para descobrir mais sobre toda a tecnologia embarcada durante o percurso, que sairia da zona sul de São Paulo até Riviera de São Lourenço pela Rio-Santos. Um ótimo trajeto aos que curtem uma tocada mais esportiva e curvas em velocidade, principalmente com os poucos caminhões na estrada.

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O motor 2.0 de quatro cilindros entrega bons 224 cv de potência e 35,6 kgfm de torque, aliado ao câmbio de dupla embreagem com sete velocidades. Há um novo sistema de abertura de válvula que melhora o controle de injeção e, consequentemente, a entrega de potência. De fato, o A250 Vision não nega sua força quando pressionado. De acordo com a Mercedes, o hatch é capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em apenas 6,2 segundos. com 250 km/h de velocidade máxima (limitada eletronicamente). Durante o trajeto rodoviário, o consumo médio ficou na casa dos 10 km/l.

Seu acerto de suspensão é outro ponto de destaque. Particularmente, acho os carros da Audi e BMW um tanto quanto duros, mas o A250 consegue ser suave na medida certa. São vários modos de condução, que se adaptam ao arranjo McPherson na dianteira e multilink na traseira. De acordo com a marca, há vasta utilização de alumínio em seus componentes - algo raro na categoria. Por outro lado, chegando em Riviera de São Lourenço (onde o asfalto é feito de ladrilhos), também pude notar que o isolamento acústico poderia ser um pouco melhor.

Em um mundo de carros conectados, a Mercedes também apostou em uma nova inteligência chamada MBUX (ou User Experience). O sistema funciona como a Siri da Apple, ou a Bixby dos celulares da Samsung. Basta pronunciar uma saudação, como “Olá, Mercedes”, ou “E aí, Mercedes”, para que a central pergunte o que você deseja fazer. Há uma verdadeira infinidade de comandos, que vão desde ajustes do ar-condicionado, informações sobre o veículo e dados da rota. Até o momento, o MBUX é a tecnologia mais inteligente que já utilizei em um veículo. Ela atende até mesmo comandos muito específicos, como ligar a luz de leitura do lado esquerdo. Confira o vídeo acima para entender na prática.

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O MBUX pode ser utilizado até mesmo pelos ocupantes do banco traseiro, ainda que o Classe A 250 Vision não tenha saídas de ar-condicionado para eles. Pode parecer um detalhe sem importância, mas não em um carro que encosta nos R$ 200 mil. O espaço para o joelho, ao menos, melhorou bastante, mas um eventual quinto passageiro não ficará confortável por conta do túnel central.

Os alvos do Mercedes-Benz Classe A

Mercedes-Benz Classe A: central multimídia e cluster se tornam um dispositivo só, eu uma larga tela sensível ao toque
Divulgação
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Conforme apurado por nossa reportagem, configurações mais baratas do Classe A não estão nos planos da marca, uma vez que ele será trabalhado como carro de nicho. A popular versão A200 ficará restrita ao sedã, que ainda não tem data para desembarcar no Brasil. Dessa forma, o objetivo da Mercedes não é atacar diretamente o BMW Série 1 , que parte de R$ 139 mil na versão 120i.

O Mercedes-Benz Classe A 250 Vision parte de R$ 194.900. Ainda que seja um carro extremamente tecnológico e passional, tendo conquistado o meu coração com facilidade, é difícil recomendar sua compra para todos os públicos. Se você compra carro por metro quadrado, não deixe de conferir nossa avaliação do sedã C 200 EQ Boost. Talvez ele expresse melhor o valor gasto pelo cliente.

Mercedes-Benz A 250 Vision
Preço: R$ 194.900
Motor: 2.0, gasolina
Potência: 224 cv a 5.800 rpm
Torque: 35,6 kgfm a 1.800 rpm
Transmissão: sete velocidades, dupla embreagem
Suspensão: McPherson (dianteira), multilink (traseira)
Pneus: 225 / 45 R18
Porta-malas: 370 litros
0 a 100 km/h: 6,2 s
Vel. Máx: 250 km/h

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