Lançado no Brasil em 2011, o Renault Duster foi um dos primeiros SUVs compactos do nosso mercado. Diferentemente de ASX e iX35, o modelo tinha a proposta de ser barato, com foco na classe média que logo seria completamente seduzida pelos utilitários esportivos. O resultado dessa estratégia se tornou uma grande história de sucesso.
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O tempo passou e os rivais melhoraram (muito), mas o Renault Duster manteve sua proposta de ser a entrada mais barata na categoria. A renovação de 2015, onde o modelo ganhou a central multimídia Media NAV, deu fôlego às vendas. Mesmo com HR-V, Renegade e Creta na concorrência, a Renault continuava satisfeita com o desempenho do Duster no mercado. Mas uma renovação completa já se mostrava necessária.
Pois bem, o carro que você vê nessas imagens é capítulo mais recente dessa história. O Novo Duster não ganhou plataforma nova, mas a Renault fez um grande esforço para melhorar o espaço interno e a dirigibilidade sem precisar alterar o entre-eixos de 2,67 metros. O bom porta-malas de 475 litros, o maior da categoria, também não mudou.
Há espaço suficiente para quatro adultos de estatura mediana e uma criança viajarem com conforto, ainda que o meio do banco traseiro seja a posição mais ingrata pela altura doassento e do túnel central. O Novo Duster se mostra bem construído, ainda que os materiais não tragam brilho aos olhos.
A Renault apostou em plásticos mais texturizados e um layout que, à primeira vista,lembra bastante o Citroën C4 Cactus .O volante multifuncional segue o design apresentado no Sandero, mas a Renault perdeu a oportunidade de aproveitá-lo melhor. Nessa geração, o Duster continuará trazendo o apêndice para controlar o áudio na coluna, recurso que poderia ser 100% integrado ao volante.
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A nova central multimídia EasyLink estreia no Duster com o mesmo sistema que a Renault já utiliza na Europa. De acordo com Federico Goyet, diretor de marketing da marca, o novo layout permite diversos formatos para a tela, propondo que, no futuro, poderemos ver um carro da Renault com uma central multimídia vertical - conceito utilizado no Clio europeu.
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O sistema EasyLink de oito polegadas se mostra rápido e intuitivo, contando ainda com o pareamento da tela do smartphone via Android Auto e Apple CarPlay. Entre os recursos mais interessantes da versão Outsider, a Renault instalou quatro câmeras (uma em cada aresta do veículo) que ajudam na hora de manobrar.
Como anda o novo Renault Duster
Ao volante, o Duster mostra uma clara evolução, principalmente pela substituição do antigo conjunto eletro-hidráulico pela direção elétrica. De acordo com a marca, houve redução de 35% no esforço do condutor na hora de manobrar - um dos empecilhos da geração anterior.
A suspensão continua rígida, mas na medida certa. A Renault propõe um balanço que visa o alívio dos impactos, perfeito para o asfalto judiado de uma cidade como São Paulo. O desempenho do motor 1.6 SCe (agora com sistema start-stop) de 120 cv de potência e 16,2 kgfm de torque, força suficiente para dar dar agilidade razoável ao carro, contanto que não esteja lotado e com muita bagagem no porta-malas.
O câmbio CVT X-tronic mostra melhor funcionamento no Duster do que no irmão mais caro, o Captur, muito por conta do peso inferior, da simulação de seis marchas e a entrega de potência mais linear. Para selecionar o modo de condução manual, basta colocar a alavanca na esquerda.
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O Renault Duster Iconic Outsider, o modelo topo de linha parte de R$ 87.490. O resto da linha será composta pelas versões Zen manual (R$ 71.790), Zen CVT (R$ 77.790) e Intense CVT (R$ 83.490). O pacote Outsider acrescenta mais R$ 2.300. De fato, o novo Renault Duster é o melhor carro da Renault no Brasil, superando até mesmo o Captur. A marca acredita que o público de ambos os veículos é diferente, mas será complicado evitar uma canibalização.