O Volkswagen Tiguan Allspace retorna ao Brasil após dois anos de ausência com um facelift que não apenas o moderniza, mas também reforça sua segurança e eficiência de combustível. Embora tenha perdido 34 cv de potência e o câmbio DSG , o SUV de sete lugares promete uma experiência econômica e confortável, mesmo mantendo-se atrasado em relação à Europa que já possui a terceira geração do Tiguan.
Fomos até o interior de São Paulo, mais especificamente na cidade de Itu, experimentar, em um trajeto curto, o Tiguan Allspace R Line , a única versão do modelo que custa R$ 278.990 e chega para enfrentar o Jeep Commander e CAOA Chery Tiggo 8.
PARA QUEM NÃO SE LEMBRA
Em novembro de 2021, o Tiguan foi retirado de linha devido às regulamentações de emissão de gases . No entanto, a demanda foi tão grande que a Volkswagen rapidamente iniciou a pré-venda, esgotada em apenas três horas, com 1.209 unidades vendidas. Ou seja, a primeira frota importada do México já foram comercializadas.
DESIGN
A Volkswagen apostou em por um design mais moderno, alinhado à sua atual linha. Os faróis de LEDs foram ligeiramente reduzidos, apresentando um novo arranjo e incorporando a tecnologia matrix, conhecida como IQ.LIGHT , o mesmo do Taos.
A nova grade está ligeiramente ampliada e com novos detalhes. O destaque fica para o filete de luz em LED , já visto em modelos como Taos e Polo GTS no Brasil, e que será introduzida no Nivus GTS no próximo ano . Por fim, o novo para-choque, que não conta mais com faróis de neblina.
Na parte traseira, as lanternas mantém o formato retangular, mas a disposição e o desenho dos LEDs foram alterados, puxando para uma estética mais moderna. Além do novo para-choque traseiro que incorpora uma lanterna de identificação que se estende por toda a extensão do para-choque.
MOTORIZAÇÃO
O motor é o mesmo 2.0 turbo (TSI) a gasolina da família EA888 . Entretanto, houveram mudanças na cavalaria e torque para respeitar a legislação de emissão de gases. Agora, o Tiguan possui 186 cv contra 220 cv do anterior e 30,6 kgfm de torque contra 35,7 kgfm. O câmbio também foi alterado para o automático AQ450 de oito velocidades com conversor de torque . As modificações na motorização tem o intuito de deixar o Tiguan mais econômico do que o anterior. A Volkswagen confirmou que o foco do novo modelo é o consumo.
A diferença de 0 a 100 km/h mudou razoavelmente de 6,8 segundos para 9,0 segundos. Mas na velocidade máxima declarada, são apenas 8 km/h de diferença do anterior. O declarado é de 215 km/h.
No pequeno trajeto de 25 km, notei o esperado: o veículo mais limitado. Claro, era de se esperar, já que perderam 34 cv para carregar os 1.794 kg. Mas ele se saiu bem. Curioso foi ver a diferença de ritmo entre os modos ''Eco'' e ''Normal''. No ''Eco'', ele economiza ao máximo as rotações mesmo nas pisadas mais bruscas para consumir o menos gasolina possível.
Agora, no ''Sport'', a história muda. As rotações atingem o máximo para corresponder à demanda. No dia a dia o motorista não deve sentir falta de potência, mas na estrada o SUV se revela. Quem está acostumado com o modelo antigo do Tiguan vai sentir falta dos 220 cv e das respostas rápidas do câmbio DSG.
Em relação à economia, o divulgado é de 9,2 km/l na cidade e 11,3 km/l na estrada. Segundo a Volkswagen, o novo Tiguan ganhou 1,0 km/l na cidade e 1,7 km/l na estrada em comparação com o modelo anterior. Lembrando que é apenas gasolina.
Em nosso teste, que foi apenas rodoviário, conseguimos bater na casa dos 10,6 km/l.
A suspensão McPherson na frente e Multilink atrás faz diferenças nas curvas. O Tiguan se demonstra pontual na hora dos contornos, mas a falta da tração integral faz um pouco de diferença. Nada que seja crucial. Já nos buracos, percebi uma suspensão macia, mas firme, o que deixa os passageiros confortáveis.
Por fim, a cabine é muito silenciosa. A manta acústica faz diferença e o isolamento traz uma sensação de veículos de altíssimo padrão.
DIMENSÕES
O Tiguan cresceu 23 mm de comprimento e alargou 20 mm. São 4,72 m de comprimento, 1,83 m de largura (sem espelhos), altura de 1,61 m e entre-eixos o mesmo de 2,79 m . O porta-malas também é o mesmo de 686 litros e com a terceira fileira colocada desce para 216 litros.
Na parte traseira, me acomodei confortavelmente bem. Entre a primeira fileira e meu joelho, a diferença é de três dedos, com o banco ajustado para minha estatura de 1,87 m. O que compromete é o túnel central elevado. Poderia ser mais baixo, já que a tração é dianteira, e não mais integral.
A posição ao volante é agradável, tanto pelos materiais de boa qualidade, quanto pela posição baixa, que não remete a um SUV.
As rodas aro 19 apresentam os mesmos raios, mas com um desenho mais luxuoso. Os pneus são 235/50.
INTERIOR E SEGURANÇA
O interior possui materiais de ótima qualidade, que se distancia dos Volkswagen em plásticos que estamos acostumados.
O banco do motorista é elétrico e possui três posições de memórias. A novidade dos bancos dianteiros é a climatização que pode ser quente ou fria.
O volante multifuncional também é novidade. Apresentando o pacote ADAS com corretor e permanência de faixa, além do controle automático adaptativo.
As telas são as mesmas: painel de instrumento com 10,25 polegadas e o multimídia também é o mesmo com tela de 8 polegadas, sem VW Play, mas com conectividade do Apple CarPlay e Android Auto sem fio.
A versão com teto solar pode ser adicionada por R$ 10.000 a mais. Ou seja, de R$ 278.990 , o preço sobe para R$ 288.990.
O modelo entrega aquilo que promete pelo preço. Claro, é difícil dizer hoje em dia que os carros possuem um valor justo. Mas para um SUV de sete lugares, permanece como o Tiguan de antigamente - confortável, seguro, gostoso de guiar, porém mais sereno na hora das aceleradas. Ainda sim é mais ágil que o Commander e silencioso. Agora, é esperar o que a Jeep fará ano que vem com o Commander, caso seja o 2.0 turbo de 272 cv da Rampage , que já foi flagrado andando pelo Brasil.