Na briga dos sedãs médios, o Toyota Corolla continua imbatível. Mas, entre os principais concorrentes, porém, existem alguns que podem ser considerados injustiçados, como o Ford Focus Fasback , que está entre os melhores carros do segmento. De acordo com o ranking de vendas da Fenabrave (Federação dos Distribuidores de Veículos), o modelo ocupa apenas o sexto lugar na categoria, com 4.664 unidades, atrás do Nissan Sentra (5.629) e a anos-luz do Corolla (53.753).
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Oferecido a partir de R$ 82.690, o sedã da Ford tem um dos conjuntos mais bem acertados, com respostas ågeis ao comando do acelerador, bom isolamento acústico e com comportamento irrepreensível nas curvas, sempre transmitindo segurança em qualquer situação. Além disso, ainda entre as qualidades do carro está a extensa lista de equipamentos de série.
Desde a versão mais simples, o carro vem com rodas de aro 17 com pneus 215/50R, controles de estabilidade, tração e de torque em curvas, assistente de partida em rampas, monitoramento da pressão dos pneus, acionamento automático de faróis e limpador de para-brisa, retrovisor interno eletrocrômico, faróis de neblina, entre outros itens. E a partir da SE Plus (91.990), o Ford passa a contar com o sistema multimídia Sync 3, com tela de 8 polegadas e capaz de espelhar celulares Android ou iOS entre os principais recursos.
Ainda entre os destaques do Sync 3 está o sistema de reconhecimento de voz, que foi aperfeiçoado pelos engenheiros da Ford para identificar os comandos mesmo com os sotaques de cada região do País. Os mapas foram redesenhados por completo, disponíveis para visualização tanto em 2D quanto em 3D. Conta também com o assistente de emergência, já disponível em toda a linha da Ford, sem nenhum custo.
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E na versão topo de linha Titanium Plus , como a que foi avaliada, a relação de equipamentos inclui itens sofisticados como sistema que detecta vaga e faz baliza sozinho, faróis com lâmpadas de xenônio, bancos revestidos de couro (sendo o do motorista com ajustes elétricos), teto solar elétrico e som da Sony de alta fidelidade com 5 alto falantes e 4 tweeters.
Como anda o Fastback
Desde a versão mais em conta, o Fastback vem com câmbio automatizado PowerShift, que já foi alvo de reclamações por apresentar barulho, trepidação e superaquecimento, mas os problemas já foram solucionados pela fabricante, que admitiu as falhas e aumentou a garantia da caixa para 5 anos ou 160 mil quilômetros rodados. Pelo o que a reportagem de iG Carros notou durante a avaliação da linha 2017, o sistema de transmissão funcionou bem, mas mostrou uma certa hesitação no modo automático convencional. Para acabar com isso, foi preciso selecionar a tecla Sport ou fazer as trocas manualmente pelas hastes atrás do volante.
Entretanto, esse foi o único problema que encontramos ao dirigir o carro no dia a dia. De resto, só elogios. Começa com a pegada mais esportiva, o que fica claro tanto nas acelerações quanto nas retomadas, ou ainda ao contornar qualquer tipo de curva. Mesmo provocado, o carro parece estar grudado no chão. Para começar a fazer os pneus cantarem é preciso ir um pouco além do que o juízo permite. Mas apontando o nariz para o ponto de tangência o Fastback ainda se mostra tão obediente quanto um cão farejador.
Mesmo com assistência elétrica, a direção consegue transmitir bem o que se passa entre os pneus e o asfalto sem deixar a leveza de lado nas manobras de estacionamento. Além disso, o volante de quatro raios, de boa empunhadura, ajuda na boa dirigibilidade do carro que vem com motor 2.0 flex. de injeção direta de combustível, com variador de fase nos comandos de válvulas tanto na admissão quanto no escape entre os recursos. Tem bons 178 cv e 22,5kgfm de torque a 4.500 rpm, números para acelerar de 0 a 100 km/h em 9,2 segundos e atungir 206 km/h, conforme a fabricante.
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Na hora de pisar no freio, o Fastback também não decepciona, com frenagens seguras e precisas, além de passar boa sensibilidade no pedal, sem desmultiuplicação exagerada no hidrovácuo, deixando o motorista livre de sustos. Ponto positivo também para a visibilidade, incluindo a proporcionada pelos retriovisores, com bom ângulo de visão e recolhidos elétricamente na versão avaliada. Bom também é que o consumo não nos pareceu exagerado, com uma média (cidade/estrada) de 8 km/l com etanol e 11,4 km/h com gasolina, de acordo com o que marcou o computador de bordo.
O interior é confortável, muito bem equipado e se destaca por ser silencioso. Mas o espaço para as pernas de quem for sentado no banco traseiro não é das melhores do segmento. O porta-malas leva a bagagem dos cinco ocupantes sem aperto, mas as famigeradas alças internas da tampa, também conhecidas como “pescoço de ganso”, acabam atrapalhando um pouco a acomodacão das malas se o compartimento estiver cheio.
De qualquer forma, o saldo do Focus Fastback é positivo. Sem dúvida é um dos melhores sedãs médio do mercado, principalmente na questão dos equipamentos de série. Mas é mais indicado para quem curte um carro com uma pitada de esportividade, pelo bom desempenho, mas não faz muita questão de espaço no banco traseiro.
Ficha Técnica
Preço: R$ 82.690 a R$107.390
Motor: 2.0, 16V, quatro cilindros
Potência: 178 cv a 6.500 rpm
Torque: 22,4 kgfm a 4.500 rpm
Transmissão: Automatizado, seis marchas, com dupla embreagem
Suspensão: McPherson (dianteira) / multibraço (traseira)
Freios: Discos ventilados (dianteiros) e sólidos (traseiros)
Pneus: 215/50R 17
Dimensões: 4,54 m (comprimento) / 1,82 m (largura) / 1,47 m (altura), 2,65 m (entre-eixos)
Porta-malas : 421 litros