A Porsche é uma das marcas que estão mergulhando de cabeça no futuro. Eles gostam de falar sobre como rodar sem queimar combustível pode fazer bem para o seu bolso, ou como a Fórmula E pode ser emocionante enquanto traça o caminho para o futuro do automobilismo. Dirigir um carro híbrido, ou elétrico, está longe de ser uma experiência maçante para a Porsche. No ano passado, tivemos a oportunidade de acelerar o Panamera E-Hybrid na pista. Hoje é dia de SUV: o Porsche Cayenne híbrido.
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Deve ser fácil dominar o mercado brasileiro no segmento de SUVs elétricos premium. Não há concorrência para o Porsche Cayenne híbrido. Na Alemanha, por exemplo, seu principal rival é o Audi Q7 e-tron. Quase que um “fogo amigo” dentro do Grupo Volkswagen. Mas enquanto nada disso chega no Brasil, ele reinará sozinho. É a principal cartada da Porsche.
É difícil desfilar de Cayenne híbrido sem chamar atenção. Com todo o respeito, ele é muito mais bonito e chamativo que o modelo convencional. O acabamento verde nos freios e em outros detalhes externos são os únicos apetrechos que revelam que este Porsche tem algo a mais. A sigla de que se trata de um modelo híbrido é bem discreta, na parte inferior do para-lama. Talvez nem o dono de um Prius consiga sacar que este carro tem algo a mais.
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Mas também fica evidente sua simplicidade para agradar os mais conservadores. A marca poderia ter colocado mostradores totalmente digitais no painel de instrumentos, mas optaram, propositalmente, pelos ponteiros com apenas uma pequena tela. Os puristas se sentem em casa. Vale destacar que os ponteiros também são verdes, a exemplo do novo Porsche Panamera. Esta individualidade ficou bem interessante no Cayenne se comparado aos irmãos Q7, Touareg e até Urus, que apostam nos mostradores digitais.
O acabamento é de qualidade. Mas, digamos que o interior do Porsche Cayenne não é de encher os olhos. Parte dos comandos da central multimídia touchscreen , por exemplo, são feitos por botões físicos. Esta poderia ser um pouco mais intuitiva, mas cumpre seu papel com louvor. A Porsche oferece um verdadeiro deleite para quem curte um sistema de som de qualidade. São 12 alto-falantes desenvolvidos pela Bose, que garantem um som limpo e cristalino.
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Girar a chave na esquerda é de trazer um sorriso ao rosto, independente de ser um Cayenne ou um esportivo como o 911. Neste caso, a Porsche preparou uma chave no formato da carroceria, feita com ótimos materiais. Não espere por qualquer ronquinho esportivo, pois apenas o motor elétrico estará ligado. Individualmente, ele produz 95 cv de potência.
O que garantirá o resto da sua diversão será o V6 sobrealimentado, de 333 cv. Combinados, são 416 cv de potência e 60,2 kgfm de torque máximo. Puxando as 2,3 toneladas do SUV, o conjunto não chega a grudar o motorista nos belos e confortáveis bancos de couro premium. Mas o SUV tem o seu valor esportivo, conforme os dados divulgados pela marca. Pisando fundo, o 0 a 100 km/h acontece em 5,8 segundos. Coloque isso na conta do câmbio automático, de oito marchas muito bem escalonadas para entregar exatamente o que o motorista quer.
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Chama atenção o acerto da suspensão pneumática com três ajustes, que deixam o modelo mais confortável para uso urbano, ou mais rígida para quem curte dar aquela esticadinha. Nesse ponto, o Cayenne híbrido fica bem mais confortável que, por exemplo, o Range Rover Velar. Parece até que o SUV da Porsche foi tropicalizado para rodar liso nas nossas ruas esburacadas. Os impactos não são transmitidos para a cabine, deixando o trajeto mais tranquilo.
"O SUV verde"
No caso, o motor elétrico aproveita toda a energia cinética das frenagens - que é perdida nos modelos convencionais - para “reabastecer”. O carro ganha autonomia enquanto dirige. Se você não é familiar à tecnologia, pode parecer impressionante, né? Seja bem-vindo ao mundo dos híbridos. Com os motores trabalhando em conjunto, o Cayenne híbrido é capaz de aferir 17,1 km/l na cidade. Este é um dos carros mais econômicos que você pode comprar no Brasil atualmente. Nossa redação usou o Cayenne híbrido em São Paulo por aproximadamente uma semana, e o ponteiro de combustível mal se deslocou do tanque cheio.
Este SUV é o que chamamos de plug-in hybrid . O endinheirado que estiver disposto a desembolsar algumas casas decimais por ele poderá carregar sua bateria na tomada elétrica. O tempo para recarga varia entre cinco e dez horas em uma tomada convencional de 220V. A Porsche também disponibiliza uma tomada industrial de cinco pinos e 7,2 kWh, que é capaz de carregar o Cayenne híbrido por completo em apenas duas horas. As coisas são diferentes na Alemanha, sua terra natal, onde a energia elétrica é mais barata durante a madrugada, os carregadores smart conseguem encontrar os melhores momentos para a recarga.
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O Porsche Cayenne híbrido prova o seu valor. É uma pena que a falta de incentivo não permita que o carro tenha um preço ainda mais competitivo. Custa R$ 430 mil, sendo R$ 30 mil mais caro que o Range Rover Velar, SUV mais luxuoso da marca inglesa. Tudo que podemos fazer é esperar pela aprovação da Rota 2030, que tem a eficiência energética como uma de suas pautas. Com a aprovação do novo regime, carros híbridos e elétricos ficariam isentos de impostos que elevam seus preços. O Cayenne híbrido ficaria mais em conta...
Ficha Técnica:
Preço: R$ 430.000
Motor: V6 , 3.0, híbrido
Potência: 416 cv
Torque: 60,2 kgfm
Transmissão: Sequencial de oito velocidades
Suspensão: pneumática, adaptável
Freios: Discos ventilados
Dimensões: 4,8 m (comprimento) / 1,93 m (largura) / 1,70 m (altura)
Tanque : 80 litros
Consumo: 17,1 km/l na cidade
0 a 100 km/h: 5,8 s
Vel. Max: 243 km/h