Honda Civic Si: nem pense em passar despercebido ao volante deste cupê com motor turbo, de 208 cavalos
Carlos Guimarães/iG
Honda Civic Si: nem pense em passar despercebido ao volante deste cupê com motor turbo, de 208 cavalos

Sair com Honda Civic Si em tempos de SUVs, hatches e sedãs compactos é algo para chamar atenção. Do outro lado da rua, há quem não resista à ideia de sacar o celular e começar a tirar fotos do carro.  Pintado de vermelho e com a saída de escape central, o cupê da marca japonesa é de parar o trânsito. Mas custa R$ 159.900 e exige certa destreza ao volante para saber controlar toda força despejada nas rodas da frente pelo sistema com câmbio manual.

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Em carros com tração dianteira que têm uma relação entre peso e potência menor que 7 kg/cv, como é o caso do Honda Civic Si (6,4 kg/cv), ver as rodas dianteiras patinando ao acelerar é muito fácil. Então, para deleite dos puristas ao volante, o jeito é curtir o prazer de dirigir controlando acelerador, pedal de embreagem, volante e alavanca de câmbio sem muita intervenção da eletrônica. Mas é bom saber que, na comparação com o Si anterior, é preciso subir um pouco mais o giro do motor para o 1.5, turbo, de 208 cv, acordar de vez. Antes dos 2.500 rpm ,há certa falta de força. 

Os dias estavam chuvosos quando andamos no dia a dia com o Si. E os pneus 235/40R 18  trabalharam bastante para segurar o carro nas saídas de sinal e curvas. Porém, ficou claro que o Si foi feito para não decepionar aqueles que procuram um esportivo de verdade. Primeiro porque é um cupê de duas portas, algo que ajuda na rigidez torcional e na aerodinâmica. Depois, pelo acerto não apenas do conjunto mecânico, mas também pela suspensão mais rígida da direção rápida e precisa.

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São vários os detalhes que não deixam dúvidas que o carro exala esportividade pelas ventas. Não chega ao caso extremo da versão Type R, mas estamos falando de um caso raro de cupê esportivo no Brasil. Aliás, único. Como rivais mais próximos, podemos citar o hatch médio VW Golf GTI  (R$ 134.870) e compacto o Mini JCW (R$ 179.990), apenas. Ambos são ligeiramente mais potentes que o Si, mas são encontrados apenas com caixas automáticas, o que pode tirar um pouco da diversão ao volante dos que gostam ter total controle da máquina.

Apertando o botão do lado esquerdo do console central a suspensão fica ainda mais rígida  como principal mudança
Divulgação/Honda
Apertando o botão do lado esquerdo do console central a suspensão fica ainda mais rígida como principal mudança

Haja braço! Principalmente se você apertar o botão “Sport” no console central.Com um simples toque, a suspensão fica ainda mais rígida e aumenta a sensibilidade do acelerador. O ronco afinado que sai pelo escapamento e os engates sempre rápidos, precisos e justos empolgam. Também dá para se animar com os largos apoios laterais dos bancos e ainda com detalhes como os pedais de alumínio perfurado ou a textura que imita fibra de carbono no painel.

A posição de dirigir próxima do chão é outro item que faz parte do pacote da alegria de quem quer um verdadeiro esportivo. Como complemento, a iluminação do cluster é vermelha, assim como da tela da central multimídia, sensível ao toque e que poderia ter funcionamento um pouco mais intuitivo e rápido. Nem sempre é tão simples mudar de estação de rádio, ou mudar para as músicas salvas no pendrive

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Sabendo aproveitar tudo o que o Si é capaz de entregar, o carro é capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em 7,2 segundos, praticamente os mesmos números do rival Golf GTI (7,2 s e 237 km/h) e um pouco abaixo do que o Mini JCW atinge (6,1 s e 246 km/h). Pode acelerar que o carro é preciso nas manobras, mas é preciso tomar cuidado com as saídas de frente por causa de toda força que vai para o eixo dianteiro. E não esqueça que a suspensão rígida causa solavancos em piso irregular, o que está se tornando cada vez mais frequente nas ruas do País.

Turbo x aspirado

Se quiser respostas sempre ágeis vai ter que manter o giro do motor acima dos 2.500 rpm  com ajuda do câmbio manual
Divulgação/Honda
Se quiser respostas sempre ágeis vai ter que manter o giro do motor acima dos 2.500 rpm com ajuda do câmbio manual

Cheguei a por as mãos nas duas gerações anteriores do Civic Si e são claras as diferenças. A primeira, que chegou a ser feita no Brasil, até 2011, vinha com o lendário motor 2.0, aspirado, com comando de válvulas de três ressaltos por cilindro. O maior deles entrava em ação a partir de 5.000 rpm, sugando mais mistura ar-combustível e fazendo a potência dar um salto. Ficou marcado como um dos esportivos mais desejados feitos no País, embora o motor fosse importado. 

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Na geração anterior à atual, o Civic Si vinha com motor 2.4, aspirado, de 206 cv, que girava bem, até 7.000 rpm. O torque máximo não era um estouro (23,4 kgfm), mas aparecia em altos 4.400 rpm. Entretanto, os quatro cilindros ganhavam rotação com bastante facilidade. E logo nas primeiras marcações do contagiros já havia boa dose de força, ao contrário do 1.5 turbo, que exige sempre estar com um nível de rotação um pouco mais alto para mostrar todo seu potencial.

Conclusão

Dessa vez com visual bem arrojado, o novo Honda Civic Si honra a tradição da versão esportiva com um conjunto bem acertado e detalhes modernos. Há quem prefira as gerações anteriores, que tinham motores aspirados ,para altas rotações. Mas se quiser um cupê esportivo com câmbio manual, não vai encontrar nada na mesma faixa de preço do modelo da marca japonesa.

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Ficha técnica

Preço: R$ 159.900

Motor:  1.5, quatro cilindros, turbo, gasolina

Potência:  208 cv a 6.500 rpm

Torque:  26,5 kgfm a 2.100 rpm

Transmissão: Manual, seis marchas , tração dianteira

Suspensão: Independente, McPherson (dianteira) / Independente, multibraços (traseira)

Freios: Discos ventilados (dianteiros) / discos sólidos (traseiros)

Pneus: 235/40 R18 

Dimensões: 4,52 m (comprimento) / 1,80 m (largura) / 1,42 m (altura), 2,70 m (entre-eixos)

Tanque: 47 litros

Porta-malas: 334 litros 

Consumo gasolina: 11,2 km/l (cidade) / 13,7 km/l (estrada)

0 a 100 km/h: 7,2 segundos 

Velocidade máxima: 238 km/h 

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