Fiat Argo 1.3 Drive: aparece como uma opção entre os hatches compactos abaixo de R$ 60 mil hoje em dia
Cauê Lira/iG Carros
Fiat Argo 1.3 Drive: aparece como uma opção entre os hatches compactos abaixo de R$ 60 mil hoje em dia

Dos carros de teste que já levei para casa, o Fiat Argo foi um dos que mais geraram curiosidade entre amigos e parentes. Faziam perguntas, ou pediam pra dar uma volta no quarteirão para saber mais sobre ele. Nunca fui muito fã da versão 1.8 Precision, menos ainda da 1.3 GSR, com câmbio automatizado, que tem comportamento duvidoso. Sempre que alguém me perguntava sobre essa versão específica, indicava o Volkswagen Polo 1.0 TSI de uma vez. Entretanto, há uma versão do compacto que ganhou meu coração. Este é o Fiat Argo 1.3 Drive, com câmbio manual.

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De todas as qualidades que me agradam no Fiat Argo 1.3 Drive, destaco as cinco que seriam fatores de compra. Se você está buscando um carro econômico para andar pela cidade e viajar, fique atento aos nossos tópicos. Claro, como todo carro, ele tem algumas falhas que são bem chatinhas, mas não chegam a prejudicar a experiência à bordo do modelo.

Esta é a versão mais equilibrada do Argo, prova disso é a boa dinâmica de condução. Gostamos da posição de dirigir de seu principal rival, o Polo . Baixo, com bancos envolventes, o VW se assemelha mais a um esportivo que o Argo. Não que isso seja um ponto contra o Fiat, uma vez que não é difícil ficar confortável no compacto italiano.

Gosto de comparar o Argo com o antigo Punto Sporting. As alavancas para ajustar altura e encosto ficam do lado direito do motorista, o que pode causar uma pequena confusão mental. Com vários níveis e regulagens de altura e profundidade no volante, é possível achar o acerto perfeito para você, mesmo entre os mais altos. Os botões, em geral, estão bem localizados e sempre ao alcance do motorista.

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O Fiat Argo 1.3 Drive é bom para viajar?

O Argo também se destaca pelo espaço interno. Com o banco dianteiro regulado para mim - com 1,84 metro de altura - me acomodei bem no assento traseiro. Os meniscos de quem vai no meio, entretanto, sofrerão com o espaço para os joelhos. A situação é corriqueira entre os hatches compactos, que foram feitos para levar apenas quatro adultos e uma criança com conforto.

Com 300 litros de capacidade no porta-malas, não há muita dificuldade para colocar a bagagem. Mas fica difícil imaginar que o compartimento levará as malas de uma família de quatro integrantes sem aperto. É para isso que existe o Cronos. Fato interessante é que tanto Polo quanto Yaris possuem os mesmos 300 litros de capacidade.

Fiat Argo 1.3 Drive: boa variedade de materiais e qualidade acima da média marcam a versão mais interessante do hatch
Nicolas Tavares/iG
Fiat Argo 1.3 Drive: boa variedade de materiais e qualidade acima da média marcam a versão mais interessante do hatch

Sempre curti o acabamento dos carros da Volkswagen. Apesar de simples, são bem montados, mas senti falta de variedade nos materiais do Polo. Isso mostra algo crescente no cenário nacional dos últimos anos, onde os carros estão ficando cada vez mais simples para reduzir o custo. O preço, entretanto, nunca parece corresponder com o nível de requinte interno.

A história muda no Argo, que tem o interior mais refinado entre todos os seus concorrentes. Não apenas a variedade dos materiais é maior, como a textura. A faixa que corta seu painel de ponta a ponta, deixando espaço para as três saídas de ar-condicionado centrais, tem toque liso que imita aço escovado. A central multimídia fixa com câmera de ré também exibe seu charme. Faz o Argo parecer o Mercedes-Benz Classe A em alguns aspectos.

O cluster também foge do comum em relação ao que a Fiat apresentou nos últimos anos. O Polo, em comparação, a quadro de instrumentos parecido com o que a Volkswagen apresentou na primeira reestilização do Fox, em meados de 2009. Até mesmo os grafismos do computador de bordo continuam os mesmos.

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Divulgação

No Fiat Argo 1.3 Drive o estilo do interior está entre os pontos positivos do carro

Isso não acontece por acaso. O objetivo do Argo era substituir três modelos ao mesmo tempo. No caso, Punto, Palio e até mesmo o Bravo. Apesar disso, faltam detalhes importantes, como um botão no painel para abrir o porta-malas, ou porta-objetos mais práticos. O que vai no console central é bastante estreito e não comporta um celular com firmeza. Além disso, os que vão nos painéis das portas são mais rasos do que deveriam.

O Argo 1.3 é um dos carros mais econômicos de seu segmento. A sacada da Fiat foi instalar sistema start-stop no modelo manual. Apesar de preservar sua eficiência, o módulo não funciona como deveria o tempo todo. Às vezes, o motor fraqueja na hora da reignição fazendo com que o motor do  hatch apague. O entendimento do start-stop com a embreagem também não é dos melhores, sendo necessário pisar duas vezes no pedal para que o modelo possa religar.

De qualquer forma, os testes laboratoriais do Inmetro dizem que o Argo faz 9,2 km/l na cidade e 10,2 km/l na estrada quando abastecido com etanol. Com gasolina, os números sobem para 12,2 km/l e 14,3 km/l, respectivamente. Não restam dúvidas sobre a boa dinâmica, tanto para a cidade quanto estrada. Se você quer gastar pouco combustível, dificilmente fugirá do Argo.

O hatch simplesmente vai do céu ao inferno por conta de sua transmissão. Ante o que a marca havia apresentado nos últimos anos, a trambulação do Argo é muito superior a do Uno, ou até mesmo o Mobi. Entretanto, alguns problemas antigos continuam aparecendo, como a marcha que “raspa” na hora de engatar a ré.

Fiat Argo 1.3 Drive: entrega boa dose de força e dá conta do recado, mesmo com cinco ocupantes a bordo
Renato Maia/iG
Fiat Argo 1.3 Drive: entrega boa dose de força e dá conta do recado, mesmo com cinco ocupantes a bordo

O acerto de câmbio também rende bons frutos ao desempenho. Seu motor 1.3 tem bons 109 cv e 14,2 kgfm de torque a 3.500 rpm, o que é suficiente para ter alguma agilidade no dia a dia no trânsito sem precisar acelerar demais, uma vez que há uma razoável dose de força a partir de 2.500 rpm.

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Em algumas provocações, evitei reduzir de marcha durante retomadas. O Argo responde sem grandes problemas, mesmo levando cinco adultos. Assim como o Polo 1.6 , não dá a mínima para o que está carregando.

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São vários os motivos para levar o Fiat Argo 1.3 Drive para a garagem, e todos pesam mais que as razões para fugir dele. É um carro sem muitas frescuras, mas ainda conta com uma boa central multimídia, acabamento de nível superior e conforto de sobra. Ele sai das concessionárias por R$ 55.890, sendo um dos melhores negócios dentro do segmento de hatches compactos. Mas vale passar na Volkswagen para dar uma olhadinha no Polo 1.6 MSI.  

Ficha Técnica - Fiat Argo Drive 1.3

Preço: a partir de R$ 55.890 

Motor:  1.3, quatro cilindros, flex

Potência:  109 cv (E) / 101 cv (G) a 6.250 rpm

Torque:  14,2 kgfm (E) / 13,7 kgfm (G) a 3.500 rpm

Transmissão:  manual, cinco marchas , tração dianteira

Suspensão: Independente, McPherson (dianteira) / Eixo de torção (traseira)

Freios: Discos ventilados (dianteiros) / tambores (traseiros)

Pneus: 175/65 R14

Dimensões: 3,99 m (comprimento) / 1,72 m (largura) / 1,50 m (altura), 2,52 m (entre-eixos)

Tanque: 48 litros

Porta-malas: 300 litros 

Consumo etanol: 9,2 km/l (cidade) / 10,2 km/l (estrada)

Consumo gasolina: 12,9 km/l (cidade) / 14,3 km/l (estrada)

0 a 100 km/h: 10,8 segundos 

Velocidade máxima: 184 km/h

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