Quem se lembra do anúncio publicitário do Honda HR-V, quando o carro foi lançado no Brasil, em março de 2015? Para refescar a memória, lembro que o SUV apareceu em um cenário que incluía a "Revolução Francesa", entre outros marcos, como a queda do muro de Berlim. Pois bem, agora "La Révolution" já pede uma segunda temporada para continuar forte na briga com os rivais.
Não há como negar que o Honda HR-V , há mais de 6 anos, chegou com itens revolucionários no terreno dos SUVs compactos , como freio de estacionamento eletrônico, maçanetas das portas traseiras embutidas na coluna, central multimídia com GPS, freio a disco nas quatro rodas, entre outros itens.
Mas o tempo passou. Hoje, o modelo que foi líder de vendas do segmento, está no 7º lugar pelos números da Fenabrave, atrás do VW Nivus e com Nissan Kicks logo atrás.
A nova geração do Honda HR-V já foi lançada no Japão, com linhas polêmicas e sem data certa para estrear no Brasil. O mais provável é que chegue em 2022, quando deve voltar a ganhar apelo e disputar um lugar de destaque entre os modelos mais vendidos . Por enquanto, na linha 2021, o carro tem poucas novidades.
Na versão EXL (R$ 136.700) que avaliamos, o visual é quase o mesmo da topo de linha Touring (R$ 162.900), exceto pelas duas saídas de escape e do teto solar panorâmico do modelo 1.5 turbinado.
Pois é, agora a versão EX-L também passa a contar com faróis de LED, o que antes estava disponível apenas no HR-V Touring , que tem como diferenças apenas a partida por botão, o revestimento claro do interior e a câmera do retrovisor direito que é acionada toda vez que a seta do mesmo lado é acionada. Pode parecer algo tecnológico, mas, na prática um sistema de monitoramento do ponto cego seria mais útil e funcional.
A idade do HR-V atual também é notada com a ausência de um quadro de instrumentos digital, o que tem sido cada vez mais usado hoje em dia conforme o aumento do volume de radares nas vias.
A central multimídia que precisa de um botão dia/noite para aumentar a nitidez da tela em dias mais ensolarados é outro ponto que precisa mudar no Honda. Há compatibilidade com Apple Car Play e Android Auto, mas alguns rivais têm sistemas mais modernos e que são conectados à internet.
Um deles é o VW T-Cross Highline (R$ 136.890), que custa praticamente o mesmo do HR-V EX-L avaliado e conta com um conjunto mais moderno. Não é à toa que está duas posições acima do rival no ranking de SUVs , com 25.861 unidades vendidas de janeiro a maio, ante 16.277 do HR-V, conforme a Fenabrave.
Mas ainda há o que elogiar no modelo da marca japonesa, como o espaço interno, inclusive para quem vai sentado no banco traseiro, com assoalho plano e sistema de bancos dobráveis e rebatíveis . Ponto positivo, também, para o porta-malas de 437 litros, mas saiba que a distância livre do solo de apenas 17,7 cm não dá muita margem para levar o carro todo carregado e passar por valetas e outros obstáculos sem corrrer o risco de raspar a frente.
A lista de equipamentos de série da versão EXL também é interessante. Inclui sensores nos para-choques para ajudar nas manobras, seis airbags, retrovisores com rebatimento automático, além das mesmas rodas de aro 17 com pneus 215/55R do topo de linha Touring , que custa R$ 25 mil a mais com motor 1.5 turbo, importado, movido apenas a gasolina.
Portanto, apesar do 1.8 flex do EXL não ser um exemplo de eficiência, acaba tendo desempenho parecido com o da versão turbinada por causa do pacato câmbio CVT .
Não adianta acelerar muito, já que o acerto prioriza o conforto e a economia de combustível, sem trancos entre as trocas. O que também atrapalha na agilidade é o alto regime em que o torque máximo de razoáveis 17,3 kgfm é atingido, nada menos que 5.000 rpm, com potência máxima de 140 cv a 6.300 rpm.
Se quiser ter respostas mais rápidas terá que pisar fundo no acelerador, o que aumenta bastante o nível e ruído e o consumo. Ainda ao volante, o que também chama atenção é a boa establidade nas curvas.
Acelerando de maneira civlizada, sem precisar afundar o pé no pedal da direita, conforme o Inmetro, o Honda HR-V EXL 1.8 até que consegue ser econômico, fazendo 7,7 km/l de etanol na cidade e 8,6 km/l na estrada, números que melhoram ainda mais com gasolina, atingindo 11 km/l e 12,3 km/l, respectivamente.
Conclusão
A versão EXL parece ser a mais interessante da linha 2021 do Honda HR-V . Passou a ter mais equipamentos, quase a mesma aparência da topo de linha Touring e tem motor flex (e não apenas a gasolina), algo importante em tempo de combustível caro.
Mas o carro já perdeu apelo se comparado a boa parte dos SUVs compactos . A nova geração é mais moderna, porém, tem linhas polêmicas e deverá chegar ao Brasil apenas em meados de 2022. Antes, nos próximos meses, a marca vai lançar o novo City , tanto o sedã quanto o hatch.
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Ficha Técnica
Honda HR-V EXL
Preço: a partir de R$ 136.700
Motor: 1.8, quatro cilindros, flex
Potência: 139 cv (G) / 140 cv (E) a 6.300 rpm
Torque: 17,3 kgfm (G) / 17,4 (E) a 5.000 rpm
Transmissão: automática, CVT, simula 7 marchas, tração dianteira
Suspensão: Independente, McPherson (dianteira) / eixo de torção (traseira)
Freios: Discos ventilados (dianteiros) / discos sólidos (traseiros)
Pneus: 215/55 R17
Dimensões: 4,33 m (comprimento) / 1,78 m (largura) / 1,59 m (altura), 2,61 m (entre-eixos)
Tanque: 51 litros
Porta-malas: 437 litros
Consumo etanol: 7,7 km/l (cidade) / 8,6 km/l (estrada)
Consumo gasolina: 11 km/l (cidade) / 12,3 km/l (estrada)
0 a 100 km/h:11,2 segundos
Velocidade máxima: 175 km/h