O segmento dos hatches médios é, hoje, apenas uma sombra do que já foi um dia. O Brasil podia escolher entre Hyundai I30, Ford Focus, VW Golf, Mercedes Classe A, Audi A3, Fiat Bravo, BMW Série 1, Chevrolet Cruze Sport6 e muitos outros modelos da espécie, há menos de 5 anos atrás. Hoje, a quantidade dos que sobram é menor do que a metade.
Ainda hoje, Mercedes-Benz vende o Classe A (2.0 turbo de 224 cv a partir de R$ 320 mil) e a BMW também tem o Série 1, que começa em R$ 273 mil, mas seus 140 cv estão bem aquém do segmento dos 2.0 turboalimentados.
Ainda assim, isso não abala a Audi , que chega com a nova geração do A3 Sportback para o Brasil. A versão 2.0 parte dos R$ 285 mil. Mas como testamos um modelo equipado com o pacote Performance Black , estamos falando de mais de R$ 300 mil. Não faz muito tempo que vi um velho catálogo da Audi, de 2011, que exibia um A3 2.0 por R$ 100 mil. Além da economia, o que mudou tanto no A3 de lá para cá?
Segundo o time de desenvolvimento da fabricante, cerca de 90% dos componentes metálicos do novo Audi A3 são novos em relação à geração antecessora. Ou seja, de fato, trata-se de um carro completamente renovado, e os clientes já podem adquiri-los.
Agora que a marca alemã já deixou de fabricar Audi A3 na fábrica em São José dos Pinhais (PR), o modelo passa a ser trazido da Alemanha. As novas gerações tanto do sedã quanto do hatch têm por objetivo entregar a mesma personalidade dos esportivos da linha S e RS.
Interessante quando falamos de apelo ao dirigir, é o novo cluster, que muda de configuração conforme o modo de condução selecionado. No modo mais esportivo Dynamic, o layout é praticamente o mesmo da linha RS , modelos cujos preços superam o dobro da tabela da versão de topo do A3 .
O acabamento e a montagem dos componentes também evolui em relação ao modelo anterior. O i nterior fica mais ergonômico , refinado e bem mais moderno ante a geração anterior (que apesar de também ter um visual interno bonito, já estava relativamente defasada).
Outra grande evolução também foi notada no comportamento da suspensão , que passa a ser bem mais refinada. Seja em solavancos, mudanças mais rápidas de inclinação e curvas mais velozes, a comunicação da direção com o asfalto ficou mais direta, bem como a capacidade de aderência do carro e o conforto para os ocupantes.
O único "pênalti" fica por conta da central multimídia. Não conseguimos acessar o CarPlay da forma como se deve e ficamos limitados ao acesso do Spotify e, parcialmente, do Waze — este que só reproduzia os sons, mas não espelhava o mapa do aplicativo na tela. Isso via conexão Bluetooth . Para funcionar tudo direitinho seria preciso usar um cabo plugado na entrada USB-C , o que muitas vezes querer um adaptador.
A versão Performance Black testada traz os seus diferenciais, que somados, são R$ 29 mil em extras.
Entre os itens, há som Bang&Olufsen 3D (R$ 6 mil adicionais), pintura exclusiva (R$ 1.700 adicionais), capa dos retrovisores externos de fibra de carbono (R$ 6 mil), pacote de luzes ambiente customizáveis (R$ 1.500 adicionais), pacote S line interior (R$ 5.500 adicionais), faróis Full Led Matrix (R$ 8.500 extras) formado por pedais de alumínio e revestimento adicional em couro no painel, console central, lateral das portas e volante, além da inscrição S line nos bancos esportivos e volante.
Com 4,34 metros de comprimento e 1,82 metros de largura, o A3 Sportback cresceu pouco mais de três centímetros nestas duas dimensões em comparação com seu antecessor . A altura de 1,43 metros e a distância entre eixos de 2,64 metros permaneceram inalteradas. Dependendo da inclinação do banco traseiro, o compartimento de bagagem comporta entre 380 e 1.200 litros.
A largura aumentou 2 centímetros, para 1,82 metros, e a altura subiu 1 centímetro, para 1,43 metros. Isso resultou em um aumento de 2 centímetros na altura da cabeça na parte frontal, além de mais espaço para os cotovelos . Com 425 litros, a capacidade de bagagem é a mesma do modelo anterior.
O novo Audi A3 Sportback chega com design esportivo, com ampla grade frontal, bem como entradas e saídas de ar (não funcionais) na dianteira e na traseira, respectivamente. Os faróis e as lanternas são Full LED e contam com indicador dinâmico de setas na traseira de série. Novo capô e novas linhas nas laterais complementam o novo visual exterior.
No interior, passa a ter novas saídas de ar do painel e a nova alavanca de seleção de marcha. Seu acionamento agora é eletrônico e abandona o botão de trava mecânica, que antes precisava ser acionado para realizar a troca.
Além disso, o carro vem com um tela sensível ao toque de 10,1 polegadas, de série. O cluster digital Audi Virtual Cockpit de 12,3 polegadas — também de série — complementa as informações para o motorista e permite três visualizações diferentes, incluindo gráficos com visual esportivo.
A versão de topo Performance Black chega com o motor 2.0 turbo, a gasolina, que entrega 190 cv e 32 kgfm. Por meio do câmbio S Tronic, de dupla embreagem, e sete marchas, acelera de 0 a 100 km/h em 7,4 segundos e chega aos 241 km/h.
O Audi drive select também é de série em todas as versões e permite que o motorista experimente diferentes modos de direção : comfort, dynamic, efficiency, auto e individual. Isso também traz mudanças nas características da resposta do acelerador, câmbio e da direção progressiva. O sistema de suspensão traseira agora é independente em todas as versões, algo que favorece tanto o conforto quanto a dinâmica.
Além dos itens de série já citados, o modelo chega com volante revestido de couro com hastes atrás do volante para troca sequencial do câmbio e base aplanada, kit exterior S line , rodas de 18 polegadas, faróis Full LED, seis airbags, sistema de direção dinâmica progressiva, ar-condicionado de duas zonas e porta-malas com abertura automática.
Conclusão
O que fica para nós, depois de analisarmos o novo Audi A3
como produto, é que, de fato, notamos o quão importante foram as melhorias para a evolução do carro. Fazíamos críticas ao fato de que o anterior já estava bem defasado ante os concorrentes — ainda que o visual seguia sem deixar nada a desejar.
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Por se tratar do mesmo carro vendido globalmente, é nítido como o projeto foi extremamente bem executado. E apesar da boa ergonomia , sentimos falta de uma maior facilidade na hora de utilizar a central multimídia, que é um dos maiores chamarizes do interior, e que se tornou tão indispensável nos carros dos dias atuais.
Além do mais, apesar da notória evolução da suspensão, os buracos dos asfaltos brasileiros judiam do conjunto, mesmo que se tomasse todo o cuidado do universo. Ainda assim, a Audi fez o que precisava no carro e ele, hoje, está integrado ao restante da linha, trazendo os desenvolvimentos mais recentes da marca até para o segmento de entrada. Isso é o mais importante.
Ficha técnica Audi A3 Sportback
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Motor: Diant., transv., 4 cil.em linha, 2.0, 16V, turbo, injeção direta, gasolina
Potência: 190 cv entre 4.200 e 6.000 rpm
Torque: 32,6 kgfm a 1.500 rpm
Câmbio: Automático, dupla embreagem e sete marchas, tração dianteira
Direção: Elétrica
Suspensão: Independente; McPherson (diant.) e multilink (tras.)
Freios: Discos ventilados (diant.) e sólidos (tras.)
Pneus: 225/45 R18
Tanque: 50 litros
Porta-malas: 380 litros
Peso: 1.485 kg
Central multimídia: 10,1 polegadas, sensível ao toque, Apple CarPlay e Android Auto (via cabo)
Comprimento: 4,34 m
Largura: 1,81 m
Altura: 1,43 m
Entre-eixos: 2,63 m
Consumo: 14 km/l na estrada e 11 km/l na cidade, com gasolina
0 a 100 km/h: 7,4 segundos
Vel. Max: 241 km/l