Audi A3 Sedan e BMW 320i estão entre os sedãs premium mais vendidos hoje em dia no Brasil
Guilherme Menezes/ iG Carros
Audi A3 Sedan e BMW 320i estão entre os sedãs premium mais vendidos hoje em dia no Brasil

Quando vamos comparar dois clássicos do mercado automotivo, sabemos que os resultados não serão tão evidentes à primeira vista. Entretanto, pelas diferenças marcantes entre os dois rivais do nosso comparativo, podemos identificar os pontos fortes (e fracos) de cada um. Isso é o que acontece na briga entre Audi A3 Sedan e BMW 320i.

A primeira diferença é a nacionalidade de cada um. Os dois projetos não são alemães? São sim, mas um deles não é “nascido” lá. O mais caro dos dois, o BMW Série 3 (R$ 339.950, na versão M Sport) é produzido em Araquari (SC), enquanto o Audi A3  Performance Black, com kit S-Line (R$ 309.619) saiu de Ingolstadt, na Alemanha.

Outro ponto é que o BMW tem tração traseira, enquanto a do Audi na dianteira. Como se não bastasse, algo que sempre diferenciou os carros de ambas as fabricantes é aquilo que eles “exalam” para o condutor e para os ocupantes.

Na percepção de quem vos fala, os Audi sempre tentaram unir os atributos da engenharia alemã (entre os quais, robustez, tecnologia, conforto e esportividade) de forma equilibrada. Já os BMW, sempre tendem mais ao sensorial. Ou seja, conservam mais atributos como agilidade e conforto — sem deixar as outras características de lado também, é claro.

Precisão alemã com abordagens diferentes

BMW 320i e Audi A3 Sedan são feitos para quem gosta de dirigir, precisa e espaço, mas não quer um SUV
Guilherme Menezes/ iG Carros
BMW 320i e Audi A3 Sedan são feitos para quem gosta de dirigir, precisa e espaço, mas não quer um SUV

De todo o modo, ainda estamos falando de “escolas” iguais de desenvolvimento. O A3 Sedan chegou renovado no final de 2021, com cerca de 90% dos componentes metálicos novos em relação à geração antecessora, segundo a própria fabricante.

O novo Audi A3 aposta no visual esportivo, com ampla grade frontal, bem como entradas e saídas de ar (não funcionais) na dianteira e na traseira, respectivamente. Os faróis e as lanternas são Full LED e contam com indicador dinâmico de setas na traseira de série. Novo capô e novas linhas nas laterais complementam o novo visual exterior.

No interior,  o Audi passa a ter novas saídas de ar do painel e a nova alavanca de seleção de marcha. Seu acionamento agora é eletrônico e abandona o botão de trava mecânica, que antes precisava ser acionado para realizar a troca.

O acabamento e a montagem dos componentes do A3 Sedan também evoluíram em relação ao modelo anterior. O interior fica mais ergonômico, refinado e bem mais moderno ante a geração anterior (que apesar de também ter um visual interno bonito, já estava relativamente defasada).

A única questão fica por conta da central multimídia . Não conseguimos acessar o CarPlay da forma como se deve e ficamos limitados ao acesso do Spotify e, parcialmente, do Waze — este que só reproduzia os sons, mas não espelhava o mapa do aplicativo na tela. Isso via conexão Bluetooth. Para funcionar tudo de acordo seria preciso usar um cabo plugado na entrada USB-C , o que muitas vezes requer um adaptador.

O BMW , por sua vez, ganhou novos itens de conectividade, conveniência e tecnologia em sua linha 2022. Entre as principais mudanças estéticas, o sedã recebeu grade bipartida mais larga e com moldura única.

Além disso, conta com rodas diamantadas , de aro 19, com cinco raios, revestimento interno na tonalidade marrom-conhaque e acabamento do painel em imitação de alumínio.

Quando comparamos os dois, vemos como a inspiração do A3 Sedan em modelos da linha RS fez muito bem aos que preferem características mais aspiracionais. O carro tem linhas afiadas e jogo de luz e sombra mais pronunciados.

Enquanto isso, a BMW optou por uma abordagem mais conservadora, ressaltando mais as superfícies e a amplitude das áreas vazadas. Essas diferenças já podem acabar entregando um pouco sobre para qual público cada modelo terá maior apelo.

Como se saem?

O interior do BMW 320i segue um padrão mais clássico nas linhas, mas a sua conectividade é a mais fácil de lidar
Divulgação
O interior do BMW 320i segue um padrão mais clássico nas linhas, mas a sua conectividade é a mais fácil de lidar

O maior ponto em comum para ambos é a boa rigidez de carroceria e o comportamento preciso ao volante. É dispensável dizer que ambos também são bem “espertos”. O Audi traz motor 2.0 turbo , a gasolina, que entrega 190 cv e 32 kgfm. Por meio do câmbio S Tronic, de dupla embreagem, e sete marchas, acelera de 0 a 100 km/h em 7,4 segundos e chega aos 241 km/h.

Enquanto isso, debaixo do capô do BMW 320i , encontramos o motor 2.0 turbofllex, de 184 cv e 30,6 kgfm, com câmbio automático de oito marchas, que transmite sua força apenas às rodas traseiras. Segundo a BMW, o 320i pode acelerar de 0 a 100 km/h em 7,2 segundos, com velocidade máxima de 240 km/h.

Ambos trazem seis airbags (frontais, laterais e cortina), assistente de permanência em faixa, alerta de tráfego cruzado , sistema de frenagem de emergência, assistente de partida em rampa, alerta de colisão frontal e controle de estabilidade e tração, ar-condicionado digital de três zonas, assentos dianteiros com regulagens elétricas, controle automático de velocidade, teto-solar, entre outros itens.

E o consumo ? Conforme os dados homologados pelo Inmetro, o BMW faz 11,1 km/l na cidade e 12,5 km/l na estrada, sempre com gasolina. Do outro lado, temos os números aferidos para o A3 Sedan, com 14 km/l na estrada e 11 km/l na cidade.

Quando nos aprofundamos ainda mais no comportamento dos carros, as diferenças entre ambos ressurgem. O A3 Sedan é bastante equilibrado. Evoluiu ao passar por solavancos, mudanças mais rápidas de inclinação e curvas mais velozes, a comunicação da direção com o asfalto ficou mais direta. Entretanto, é fácil perder tração nas rodas dianteiras ao pisar fundo no acelerador.

Para o BMW, o quesito da dirigibilidade é, definitivamente, seu ponto de destaque. Por conta da tração traseira, o 320i tem melhor transferência de peso durante as acelerações e um estilo de condução mais direto. A posição de dirigir é elogiável, com o assento do motorista posicionado mais baixo, deixando o condutor próximo do centro de gravidade.

Conclusão

Ambos os carros compõem a “porta de entrada” para o segmento dos carros premium no Brasil. E tanto um, quanto o outro, podem ser as melhores pedidas. Entretanto, vai depender, exatamente, do que você procura em um carro.

Fica claro que o A3 Sedan é um carro mais jovial. O visual é mais arrojado, dentro e fora, bem como é mais descompromissado com a sua postura ao pisarmos fundo no acelerador. Isso, querendo ou não, serve para proporcionar um aspecto mais lúdico.

Já o BMW é tão maduro no visual, quanto na dirigibilidade. O carro consegue — mais do que o A3 Sedan — o que é difícil de se conciliar: desempenho (com precisão e aceleração) junto do conforto. Claro que a sua tração traseira é uma grande responsável por essa união, mas a posição ao dirigir e a sua suspensão deixam o carro bem preciso nas manobras.

Logo, optamos pelo BMW 320i , quando isolamos apenas a análise do “conjunto da obra”, apesar da questão do custo-benefício pesar a favor do A3 Sedan, que custa em torno de R$ 30 mil a menos, considerando as versões mais bem equipadas. Entre prós e contras, o BMW é mais eficiente, espaçoso para os ocupantes e sofisticado.

Ficha técnica

Audi Audi A3 Performance Black - kit S-Line (a partir de R$ 309.619)

Motor: Diant., transv., 4 cil.em linha, 2.0, 16V, turbo, injeção direta, gasolina

Potência: 190 cv

Torque: 32,6 kgfm

Câmbio: Automático, dupla embreagem e sete marchas, tração dianteira

Suspensão: Independente; McPherson (diant.) e multilink (tras.)

Freios: Discos ventilados (diant.) e sólidos (tras.)

Porta-malas: 425 litros

Peso: 1.485 kg

Consumo: 14 km/l na estrada e 11 km/l na cidade, com gasolina

0 a 100 km/h: 7,4 segundos

Vel. Max: 241 km/l

320i M Sport (R$ 336.950)

Motor: 2.0, turbo, gasolina

Câmbio: Automático de 8 marchas, tração traseira

Potência: 184 cv

Torque:  30,6 kgfm

Transmissão: automática, oito velocidades, tração traseira

Suspensão: McPherson (dianteira), multibraço (traseira)

Freios: discos ventilados (dianteira e traseira)

Porta-malas: 360 litros

0 a 100 km/h: 7,2 segundos

Velocidade máxima: 240 km/h

Consumo: 11,1 km/l na cidade; 12,5 km/l na estrada (Inmetro)

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