A sigla RS pode ter diversos significados no mundo automotivo, e geralmente é ligada às variantes esportivas dos carros que as ostentam. O Chevrolet Tracker é um dos carros que utiliza essa sigla, mas a esportividade aqui fica apenas por conta apenas do visual mais agressivo , entretanto, isso não é algo necessariamente negativo.
Logo de cara, o Tracker RS ostenta uma grade com desenho tipo colméia e pintura na cor preta, que também colore a gravatinha da Chevrolet e o logotipo RS , em vermelho. Esses itens, assim como a pintura preta nos emblemas, rodas e barras no teto, são a marca registrada da versão RS na gama da fabricante norte-americana. Entretanto, com exceção do desenho da grade e o logotipo, são detalhes já oferecidos pela versão Midnight , que traz motor 1.0 turbo de 116 cv .
As mudanças exclusivas continuam no interior. A versão RS traz detalhes em vermelho no painel e nos bancos, que são revestidos em couro. Vale ressaltar que essa versão ainda oferece, de série, o teto solar panorâmico .
Externamente, o Tracker RS é um carro que agrada ao olhar e chama a atenção, principalmente na cor Vermelho Chili da unidade testada.
De série, o Tracker RS oferece seis airbags , alerta de ponto cego e alerta de colisão com frenagem de emergência em baixa velocidade , faróis de LED com acendimento automático, freios ABS com distribuição eletrônica, ar-condicionado, câmera de ré, assistente de partida em rampa, direção elétrica, central multimídia de 8”, teto solar panorâmico , bancos de couro, sistema de concierge “OnStar” e wi-fi embarcado .
Rodagem:
Dirigir o Chevrolet Tracker RS é bastante fácil . A coluna de direção possui ajustes manuais de altura e profundidade, assim como os bancos, portanto, encontrar a posição ideal de guiar acontece rapidamente . A câmera de ré e a direção elétrica progressiva auxiliam a realizar manobras em espaços apertados, o que facilita a vida a bordo do SUV de 4,27 m de comprimento .
O motor turbo 1.2 tricilíndrico de 133/132 cv (etanol/gasolina) e 21,4/19,4 kgfm de torque (E/G) não decepciona. Entretanto, as pretensões desse propulsor não é ser um esportivo. As acelerações até empolgam, mas o kickdown do câmbio não é dos mais velozes.
Trocas de marchas manuais são possíveis através da alavanca de câmbio (desde que na posição L). Borboletas atrás do volante e uma opção de modo de condução Sport seriam muito bem vindas, justamente para condizer com a proposta do RS.
Na estrada, o conjunto mecânico consegue manter bem a velocidade e o piloto automático (simples, não adaptativo) ajuda a tornar a viagem mais tranquila. Os sensores de ponto cego auxiliam mais no uso urbano do modelo, e emitem um sinal luminoso em tom laranja nos retrovisores quando um veículo se aproxima.
Ainda no uso rodoviário vale ressaltar a bom comportamento da direção elétrica progressiva, que aumenta a rigidez conforme a velocidade do carro aumenta, mas sem perder a precisão. O isolamento acústico é bem satisfatório e permite que os passageiros conversem mesmo nas velocidades máximas das vias.
A suspensão também merece elogios. Tanto no dia a dia como em estradas, quem prefere um ajuste um pouco mais rígido irá encontrar no Tracker RS um bom equilíbrio . Nada que transmita a esportividade que a sigla RS possa sugerir, mas é bem confortável e consegue filtrar bem as imperfeições do solo.
Espaço interno
Medindo 4,27 metros de comprimento ; 1,79 m de largura ou 2,05 contando os espelhos; 1,62 m de altura e 2,57 m de entre-eixos , o Tracker RS apresenta boas dimensões, podendo levar quatro adultos tranquilamente. O espaço para as pernas dos ocupantes traseiros vale ser elogiado. O porta-malas conta com 393 litros de capacidade máxima.
Consumo:
Ao longo de sete dias de teste, rodamos 621 km e obtivemos médias de 10 km/l , utilizando tanto etanol como gasolina. Em trajeto rodoviário, foi possível atingir 16 km/l utilizando gasolina , mas com etanol, após 187 km em rodovia, cidade e trânsito muito pesado, o consumo foi de 9,8 km/l , sempre com o ar-condicionado ligado. Apesar disso, o Chevrolet Tracker pode passar a impressão de ser beberrão , uma vez que, assim como o Onix , o tanque de combustível possui apenas 44 litros de capacidade .
Pontos de melhorias:
No uso urbano do Tracker RS , foi possível constatar duas pequenas características que podem deixar alguns consumidores chateados com o SUV . Em algumas situações, principalmente em subida de morros, por exemplo, o motor pode apresentar um ruído elevado , mesmo em baixas rotações.
Os freios também podem deixar alguns clientes incomodados. O conjunto utiliza discos ventilados na dianteira e tambor na traseira e possuem uma força de frenagem satisfatória , entretanto, podem apresentar ruído, mesmo em baixas velocidades, o que pode incomodar. Vale ressaltar que a unidade testada contava com menos de 8 mil km rodados .
O ar-condicionado também poderia ser um pouco mais forte. Em dias muito quentes pode demorar um pouco para atingir uma temperatura agradável. A dica então fica por sempre estacionar o carro em locais cobertos e sempre verificar se o teto solar e a persiana estão fechados .
Conectividade:
Um dos principais diferenciais do Tracker RS é o Wi-Fi nativo , que pode fornecer internet para até sete dispositivos eletrônicos . Para quem viaja muito com a família, pode ser um item interessante para manter a criançada entretida durante longas viagens, durante nosso teste, o sistema funcionou de forma bem rápida e satisfatória.
Ainda em conectividade, a Central multimídia de 8 polegadas possui funcionamento bem ágil e agradável, podendo ser dividida entre dois aplicativos ao mesmo tempo. O site da Chevrolet diz que o Tracker RS 2024 conta com conexão com Apple CarPlay e Android Auto sem fio, mas, na unidade testada, a conexão com o smartphone só acontecia com o cabo USB .
A versão RS traz painel de instrumentos analógicos e tela central de 3,5”, que na versão Premier conta com iluminação colorida . Honestamente, é um sistema bem competente que mostra as informações de forma bem clara. Poderia sim trazer detalhes mais avançados como a temperatura do líquido de arrefecimento, por exemplo.
Entretanto, considerando o preço do Chevrolet Tracker RS, seu principal rival, o Volkswagen T-Cross Comfortline , já oferece painel de instrumentos digital , entretanto, o teto solar panorâmico é opcional. São escolhas que o cliente precisa fazer ao considerar o que é mais importante no seu uso.
Na China, onde o Tracker também é comercializado, a Chevrolet já disponibiliza um painel de instrumentos digital de 10,25 polegadas , que poderia ser uma adição interessante no futuro do SUV.
Mas, a versão RS vale a pena?
Hoje, no configurador da Chevrolet, a versão RS é oferecida por R$ 164.640 , enquanto a topo de linha, a Premier, sai por R$ 167.620 .
Por R$ 2.980 a mais , a versão Premier adiciona: Monitoramento de pressão dos pneus, a r-condicionado digital automático , carregador de celular sem fio , retrovisor interno eletrocrômico, descansa braço traseiro com porta-copos, sensor de chuva, sensor de estacionamento dianteiro e lateral e sistema de estacionamento automático Easy Park .
Por menos de 3 mil reais, a versão Premier é bem mais equipada que a RS . Respondendo a pergunta inicial, o Tracker RS só faz sentido para quem busca um visual diferenciado . Entretanto, o Chevrolet Tracker em si é uma ótima opção no mercado de SUVs 0 km, não à toa foi o quinto SUV mais vendido em 2021, liderou o segmento em 2022 e foi o segundo SUV mais vendido em 2023 .
Ficha técnica Chevrolet Tracker RS 2024
Preço: a partir de R$ 164.640
Motor: 1.2, três cilindros, turboflex
Potência: 133 cv (E) / 132 cv (G) a 5.500 rpm
Torque: 21,4 kgfm a 2.000 rpm (E) / 19,4 kgfm a 2.000 rpm (G)
Transmissão: Automático, seis marchas, tração dianteira
Suspensão: Independente, McPherson (dianteira) / Eixo de torção (traseira)
Freios: Discos ventilados (dianteiros) / tambor (traseiros)
Pneus: 215/60 R16
Dimensões: 4,27 m (comprimento) / 1,79 m (largura) / 1,62 m (altura), 2,57 m (entre-eixos)
Tanque: 44 litros
Porta-malas: 393 litros
Consumo etanol: 7,2 km/l (cidade) / 9,2 km/l (estrada) (Inmetro)
Consumo gasolina: 10,4 km/l (cidade) / 13,2 km/l (estrada) (Inmetro)
0 a 100 km/h: 9,4 segundos
Vel. Max: 185 km/h