Nissan Frontier Platinum é uma das versões topo de linha da picape
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Nissan Frontier Platinum é uma das versões topo de linha da picape

A atualização visual da Nissan Frontier chegou ao mercado em 2022 trazendo mudanças estéticas . Agora, depois do facelift, foi a vez da marca investir em novas estratégias, entre elas, a garantia de seis anos, inédita no segmento das picapes médias. 

Pudemos experimentar a picape nas versões Platinum e PRO-4X, ambas vendidas a R$ 319.990. É um valor que a deixa muito próxima Ford Ranger Limited, a top de linha da gama, oferecida entre R$ 319.990 e R$ 339.990 ( confira as impressões ao dirigir ). Lembrando que a rival da marca norte-americana está em uma geração completamente nova. 

A picape da fabricante japonesa também tem outras opções razoavelmente equipadas, caso da XE (R$ 282.990), no entanto, ela se aproxima da Ranger XLT (R$ 289.990). 

Deixando a situação do mercado de fora, vamos ao modelo. O principal chamariz da Frontier  é seu design. Com uma grade dianteira bastante pronunciada e formato trapezoidal, a peça transmite uma sensação de robustez e agressividade desde a versão de entrada, a S.

Os faróis full LEDs , disponíveis nas versões XEPlatinum e PRO-4X , dão um toque mais futurista à picape média. Além do visual mais moderno, vale ressaltar a capacidade de iluminação do conjunto, que conta com acionamento automático somente nas versões Platinum e PRO-4X. Nessas três opções, as lanternas também são de LED

LEDs nas lanternas possuem formato de C
Maurício Campelo
LEDs nas lanternas possuem formato de C

Internamente, a Frontier apresenta materiais de boa qualidade, bancos “Zero gravity” (com tecnologia da NASA) revestidos de couro, teto solar e ar- condicionado digital de duas zonas - itens de série nas duas versões mais caras da gama. Uma viagem não é cansativa para os ocupantes dianteiros, por exemplo. A central multimídia de 8” é de série a partir da Attack e apresenta uma boa velocidade de operação. Mas a tela poderia ser um pouco maior.

Painel de instrumentos e central multimídias são bons, entretanto, mais tecnologia seria bem-vinda
Maurício Campelo
Painel de instrumentos e central multimídias são bons, entretanto, mais tecnologia seria bem-vinda

A conexão com Android Auto e Apple CarPlay depende de fios, algo que está se tornando datado, e o painel de instrumentos é analógico e possui uma tela de TFT de 7”. O cluster pode não ser digital igual da nova geração da Ford Ranger , mas a visualização é bem fácil e, por sua vez, a funcionalidade é rápida.

Fomos de São Paulo até Campos do Jordão a bordo da Frontier Platinum . O espaço para as pernas na frente é satisfatório. O isolamento acústico merece elogios. Em trajetos urbanos com acelerações leves, somentes ouvidos mais apurados irão ouvir o motor 2.3 biturbo movido a diesel. Mesmo com o teto solar aberto, a cabine é bastante silenciosa. 

Espaço traseiro da Frontier é bom para dois adultos
Maurício Campelo
Espaço traseiro da Frontier é bom para dois adultos

Quem pretende uma condução mais esportiva pode utilizar o modo de condução Sport, opção que muda o funcionamento do câmbio e faz o som do motor biturbo invadir a cabine, uma vez que atrasa as trocas. As passagens entre as sete marchas do câmbio automático acontecem um pouco mais rápidas. No modo “standard”, o câmbio responde bem em reduções e funciona de forma muito confortável no uso padrão.

Com 190 cv de potência e 45,9 kgfm de torque , o conjunto mecânico da Frontier é bom e se destaca pelo torque entregue logo aos 1.500 giros graças à utilização de duas turbinas pequenas para ajudarem na admissão do ar. Claro que motores a diesel respondem mais em baixa do que os flex ou a gasolina.

No modo normal, o câmbio busca trabalhar sempre abaixo dos 3 mil giros , acima da faixa de entrega máxima de torque (1.500 a 2.500 rpm) mas abaixo dos 3.750 rpm de entrega de potência máxima.

Motor bi-turbo oferece 190 cv e 45,9 kgfm de torque nas versões automáticas da Frontier
Maurício Campelo
Motor bi-turbo oferece 190 cv e 45,9 kgfm de torque nas versões automáticas da Frontier

O conjunto mecânico pode ser bem silencioso ou barulhento , depende do estilo de condução do motorista. Se pisar, a Frontier responde bem, mas quem gosta de uma tocada mais tranquila, não se decepciona, as retomadas são rápidas.

Embora a Nissan não divulgue os dados de desempenho no Brasil, podemos tomar como exemplo os anunciados oficialmente na Argentina, onde ela é produzida - os números são de 2018. A aceleração de 0 a 100 km/h leva 12,5 segundos, desempenho que fica bem para trás do garantido pela Ranger, que tem motor 3.0 biturbo de 250 cv e 61,2 kgfm, suficientes para 9,2 s. Olha que ela nem é a mais rápida do segmento, sendo superada pelos 7,4 s da Volkswagen Amarok V6 .

No trajeto de São Paulo à Campos do Jordão obtivemos médias de 10,5 km/l , enquanto no retorno, a média foi de 8,5 km/l . Entretanto, vale ressaltar que no trajeto de retorno - trecho que incluiu estradas de terra - o carro ficou ligado por um tempo antes de começarmos a viagem, o que deve ter aumentado um pouco o consumo.

O acerto de suspensão também merece destaque. Os amortecedores dianteiros filtram muito bem os impactos. Na traseira, o uso do sistema misto que une braços multilink e molas helicoidais a um eixo rígido , ao invés de feixe de mola, sistema utilizado na maior parte das picapes, garante um bom equilíbrio e evita que a picape fique quicando, mesmo no off-road . A Frontier oferece freios a disco nas quatro rodas , que segundo a Nissan , é pensando em quem faz off-road pesado, já que esse sistema seca de forma mais rápida após realizar travessia de rios, por exemplo .

Travessia de rios e áreas alagadas não é dificuldade para a picape
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Travessia de rios e áreas alagadas não é dificuldade para a picape

De série, a Frontier já oferece tração 4x2, 4x4 e 4x4 Low. Na versão PRO-4X, a com visual mais esportivo, a picape conta com bloqueio do diferencial traseiro, o que facilita em trajetos fora de estrada mais pesados e direciona a força para a roda com mais aderência.

Teste off-road

Por falar em off-road, a Nissan preparou um trajeto para o grupo de jornalistas conhecer as capacidades da picape. A Frontier se mostrou bem valente e muito estável. O modo de tração é acionado por um botão giratório abaixo do ar-condicionado e, para selecionar a tração, a picape deve estar parada. Abaixo dele estão os botões dos modos de condução, e há a opção voltada para off-road, o que facilita a operação.

Vencer os obstáculos não foi dificuldade para a Frontier. A picape conta com ângulo de ataque de 31,6º , ângulo de saída de 25,7º e 25,2 cm de vão livre . Em curvas muito apertadas ou passagem de pontes, a função de câmera 360º e off-road das versões Platinum e PRO-4X auxiliam na visualização dos obstáculos . Outro item que pôde ser testado é o controle automático de descida, acionado por um botão próximo ao seletor de tração. A funcionalidade restringe bem a velocidade e segura bastante o carro. Somada à câmera off-road, o condutor pode vencer uma descida íngreme observando o melhor trajeto pela central multimídia.

A picape sempre se mostrou estável e os sistemas de assistência ao condutor , disponíveis na Platinum e PRO-4X , se mostram bem responsáveis, especialmente o assistente de permanência em faixa , que emite um sinal sonoro caso o motorista escape da faixa sem utilizar a seta. O sistema de frenagem de emergência entrou em ação somente uma vez, ainda em São Paulo.

Nissan Frontier PRO-4X é a versão voltada para quem pretende atravessar off-roads mais pesados
Maurício Campelo
Nissan Frontier PRO-4X é a versão voltada para quem pretende atravessar off-roads mais pesados

Entretanto, há pontos que merecem atenção na Frontier. A coluna de direção poderia ter ajustes de profundidade (ajuste de altura é de série) e o volante possui um ajuste muito pesado para realizar manobras em baixa velocidade, entretanto, em movimento, o peso da direção é bem leve. Coisas do mecanismo hidráulico, a adoção de assistência elétrica poderia atenuar isso.

A Frontier se mostra uma picape muito valente, robusta e honesta. Sua capacidade de carga varia entre 1.010 kg na Platinum e até 1.043 kg na versão XE , e se mostra um ótimo veículo multiuso para quem precisa rodar em todos os mais variados tipos de terreno e situações, ainda que não tenha recebido uma nova geração. A verdade é que o modelo atual permanecerá em linha por mais tempo. A Mitsubishi L200 Triton , já recebeu uma nova plataforma em outros mercados , que será utilizada em uma nova geração da Frontier, mas sem data para chegar ao mercado. Competir com produtos novíssimos é o desafio.

Ficha Técnica

Motor: 2.298 cm³, dianteiro, longitudinal, quatro cilindros, 16 válvulas, bi-turbo, injeção direta, intercooler, 163 cv a 3.750 rpm, 43,3 kgfm de torque a 1.500-2.500 rpm (S) e 190 cv a 3.750 rpm, 45,9 kgfm de torque a 1.500-2.500 rpm (demais versões).

Câmbio : manual de seis marchas (S) e automático de sete velocidades com modo sequencial (demais versões).

Direção : Hidráulica

Suspensão : Braço duplo com barra estabilizadora na dianteira e eixo de rígido na traseira

Freios : discos ventilados nas quatro rodas

Dimensões : 5,26 metros de comprimento; 1,85 m de largura (sem espelhos); 1,86 m de altura (PRO-4X); 3,15 m de distância entre-eixos;

Preços :


S manual - R$ 242.490 

SE - R$ 264.490

Attack  - R$ 266.490

XE - R$ 282.990

Platinum  - R$ 319.990

PRO-4X - R$ 319.990

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