Nikola
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A Nikola, montadora de  veículos elétricos que chegou a valer R$ 170 bilhõespediu falência após uma série de escândalos, fraudes, dificuldades em escalar o negócio e um cenário desfavorável para os elétricos, expondo os riscos e desafios do setor.

O pedido, sob o capítulo 11 da lei americana, expõe os desafios enfrentados pela empresa e os fatores que contribuíram para o colapso financeiro. A empresa enfrentou escândalos e seu fundador, Trevor Milton, foi condenado por enganar investidores, prejudicando seriamente a reputação da Nikola.

Um vídeo fraudulento, que mostrava um protótipo de caminhão em movimento, era, na verdade, de um veículo não funcional sendo empurrado ladeira abaixo.

Antes avaliada em dezenas de bilhões de dólares, a montadora chegou a ultrapassar a gigante Ford em valor de mercado, mas hoje seu valor é estimado em 50 milhões de dólares (R$ 283 milhões), valor 600 vezes menor do que em seu auge.

Dificuldade em escalar e prejuízos

A empresa teve dificuldades em aumentar a produção de seus caminhões elétricos, com prejuízos significativos a cada trimestre, minando a saúde financeira.

No terceiro trimestre, a Nikola produziu 83 caminhões, mas registrou um prejuízo líquido de quase US$ 200 milhões, evidenciando a ineficiência de suas operações.

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A empresa possui apenas US$ 47 milhões em caixa, um valor insuficiente para manter as operações e investir no crescimento. O fundador Trevor Milton foi condenado a quatro anos de prisão por exagerar as alegações sobre a produção de caminhões de emissão zero, prejudicando investidores.

Milton foi acusado de fazer alegações falsas, como a de ter construído um caminhão revolucionário, que na verdade era um produto da General Motors com a logo da Nikola. O CEO renunciou em 2020 em meio a relatos de fraude, o que causou uma queda nas ações da Nikola e grandes perdas para os investidores.

Cenário desfavorável e queda

A empresa pagou US$ 125 milhões em 2021 para resolver um caso civil contra ela pela SEC, sem admitir irregularidades, buscando minimizar os danos.

A Nikola também enfrentou um ambiente mais desafiador para os fabricantes de veículos elétricos, com a desaceleração do crescimento das vendas nos EUA.

O presidente americano Donald Trump prometeu eliminar os incentivos aos veículos elétricos, o que pode prejudicar o setor e afetar a Nikola, aumentando as incertezas de investidores e compradores.

Donald Trump deve eliminar subsídios para carros elétricos
Reprodução/Instagram
Donald Trump deve eliminar subsídios para carros elétricos

As ações da Nikola caíram significativamente, refletindo a crise da empresa e a falta de confiança dos investidores, praticamente selando o destino da montadora.

A Nikola pretende seguir com serviços de atendimento aos clientes até março, segundo comunicado oficial. Após isso, a empresas precisará de um financiamento robusto para retomar suas operações, o que parece improvável.

Por que a Nikola quebrou?

Além da falta de confiança dos investidores, potencializada pelas polêmicas em que a companhia se envolveu, alguns fatores financeiros fizeram com que a Nikola chegasse a este ponto.

Gastos elevados: A produção de caminhões elétricos e a hidrogênio, com custo elevado, drenou os recursos da Nikola em ritmo mais acelerado do que a empresa pôde arrecadar.

Procura restrita: A incerteza econômica e os custos de adaptação e criação de infraestrutura para carregamento de caminhões afastaram potenciais compradores de frotas.

Rivais fortes: A concorrência acirrada de gigantes como Tesla e outras montadoras tradicionais dificultou a expansão da Nikola no mercado.

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