
Autoridades norte-americanas emitiram um alerta, e a Tesla convocou um recall de praticamente todos os Cybertrucks vendidos nos Estados Unidos. O anúncio representa mais um revés para a fabricante de carros elétricos do bilionário Elon Musk.
O recall, emitido pela Administração de Segurança no Tráfego em Rodovias Nacionais (NHTSA), afeta mais de 46 mil veículos da Tesla. O órgão regulador identificou um problema que pode comprometer a segurança dos veículos e de outros motoristas.
Segundo a NHTSA, um painel externo que percorre os lados do para-brisa pode se desprender durante a viagem. O desprendimento do painel representa um risco para outros motoristas e aumenta a probabilidade de ocorrência de acidentes.
Detalhes do problema e veículos afetados
As peças em questão são duas faixas de aço inoxidável. Elas são afixadas à direita e à esquerda, entre o para-brisa e o teto do carro. As faixas são fixadas com um adesivo que pode descolar.
Antes do anúncio da NHTSA, vídeos em que pessoas arrancam painéis de Cybertrucks com as mãos circularam nas redes sociais. A situação gerou preocupação entre os proprietários e levantou questionamentos sobre a qualidade da montagem.
O órgão contabiliza 151 queixas de proprietários do Cybertruck. Felizmente, até o momento, não há registros de acidentes ou feridos decorrentes do problema no painel. A Tesla se comprometeu a resolver a questão.
Solução e histórico de recalls
A Tesla fará a reposição do painel sem custos para os proprietários. As cartas de notificação começarão a ser enviadas aos donos dos veículos afetados a partir do dia 19 de maio.
As entregas do Cybertruck aos compradores começaram no final de 2023. No entanto, este é o oitavo recall do modelo nos últimos 15 meses.
Em novembro de 2024, uma falha em um inversor elétrico podia reduzir a potência das rodas. Em abril, outro recall visou pedais de aceleradores que poderiam travar.
O recall desta semana representa mais um revés para Musk e a Tesla. A montadora está sob críticas desde que Donald Trump voltou à Casa Branca. Elon Musk foi encarregado de liderar uma ofensiva para cortar gastos.

O alinhamento de Musk com a administração do republicano tem sido associado à queda de ações e vendas de carros da companhia. Além disso, uma onda de vandalismo contra veículos, estações de recarga e concessionárias da marca tem se alastrado.
Os ataques têm ocorrido, inclusive, na Alemanha. Eles ganharam força após Musk declarar apoio ao controverso partido de ultradireita Alternativa para Alemanha (AfD). A situação tem gerado preocupação entre investidores e consumidores.
Mesmo antes da escalada dos ataques à Tesla, a empresa já enfrentava dificuldades. A Tesla registrou queda de 42% no valor de suas ações e retração das vendas. A concorrência com montadoras rivais, especialmente da China, tem aumentado.
Em meados de março, a montadora enviou uma carta não assinada a uma agência do governo americano para promoção do comércio exterior. Na carta, a Tesla se queixa da política de tarifas de Trump. A empresa alega que a medida pode prejudicar a Tesla.