Lembra daquele Brasil das antigas onde produtos populares eram simplórios e não tinham o menor nível de sofisticação? Pois é, passamos por diversas situações no passado e hoje olhamos incrédulos para o que já foi a nossa realidade. Você sabia que a Volkswagen chegou a fazer um Gol tão depenado que não trazia nem o retrovisor da direita? Ainda bem que a quantidade de equipamentos em modelos populares foi aumentando gradativamente com o passar dos anos. Ar-condicionado digital, direção assistida, injeção direta, por aí vai.
LEIA MAIS: Veja cinco esportivos que você pode comprar pelo preço do Lamborghini Urus
Não pense que estamos estagnados no tempo, pois os últimos anos foram incríveis para a inserção de novos componentes e equipamentos em modelos populares. Coisas que há pouco tempo marcavam presença apenas carros de luxo já aparecem entre os veículos mais vendidos do Brasil.
LEIA MAIS: Veja cinco carros que não deveriam ter saído de linha no Brasil
1 - Start-stop
A primeira vez que dirigi um carro com essa funcionalidade foi em 2014, um BMW X5 Diesel. Portanto, sempre foi muito estranho ver que aquele mesmo sistema hoje aparece - com todas as limitações de valores - no Fiat Mobi, por exemplo. Seu irmão Argo também aderiu ao recurso, enquanto o Volkswagen Polo decidiu ficar de fora.
LEIA MAIS: Como se comporta o Volkswagen Virtus 1.0 TSI Comfortline
O start/stop prioriza a economia de combustível no trânsito. No caso do câmbio automático, o motor desliga quando reconhece que o motorista está parado no semáforo. Também deve-se levar em consideração a temperatura ambiente, pois o start-stop costuma esquentar bastante o motor. Para que o carro volte a funcionar, basta tirar o pé do freio. Se o condutor estiver em um aclive, o sistema fará a leitura e o carro permanecerá ligado.
Testes urbanos realizados na Europa constataram que carros passam aproximadamente 30% do tempo parados. A partir disso, equipes de engenharia começaram a se mover para criar um sistema que otimizasse o consumo de combustível neste período. Sabe quem começou com essa moda? A Citroën, com uma versão do C3 apresentada no Salão de Paris (França) de 2004. Com a promessa de otimizar o consumo de combustível em aproximadamente 10% em uso urbano e 6% em ciclo misto, o carro foi um verdadeiro sucesso de vendas na Europa. Por aqui, o primeiro carro nacional a integrar o sistema foi o Fiat Uno Evolution, em 2015.
2 - Virtual cockpit
Se o Polo não entrou para a panelinha dos populares com start-stop como Argo e Mobi, o modelo alemão apostou na conectividade embarcada. A primeira vez que o Grupo Volkswagen apareceu com o conceito de Virtual Cockpit foi durante o lançamento do novo Audi TT em 2015. Dois anos depois, a mesma funcionalidade surge no Polo.
LEIA MAIS: Veja a lista dos carros mais seguros e inseguros vendidos no Brasil
Você viu?
Trata-se de um quadro de instrumentos 100% digital em uma tela de dez polegadas. Nele é possível ver todas as informações como navegação, opções de mídia e dados do computador de bordo. A impressão é de estar em um carro bem mais caro. Dá para imaginar que a tecnologia rebuscada de um carro de R$ 299.990 poderia surgir num modelo de R$ 75.350 em tão pouco tempo?
3 - Câmera de ré
Ninguém jamais abandonará os retrovisores convencionais, mas a câmera de ré quebra um galho na hora de manobrar. O equipamento foi inicialmente proposto pela General Motors, com o conceito Buick Centurion, de 1956. Uma câmera de TV foi montada na traseira, enviando as imagens para um monitor no painel. Exatamente como nos dias de hoje, salvo as limitações tecnológicas e o tamanho da "geringonça".
LEIA MAIS: Dez perguntas e respostas que explicam a que veio o Fiat Cronos
O primeiro carro a aparecer com o recurso foi o Toyota Soarer Limited, em 1991. Exclusivo do Japão, o modelo não foi importado para o resto do mundo. Daí em diante, as câmera de ré ficaram populares ao ponto de integrar até os modelos mais baratos de suas montadoras. O melhor exemplo é o Renault Kwid, que traz o dispositivo na versão Intense (R$ 39.990).
4 - Ar-condicionado digital
Houve um tempo em que ar-condicionado digital era um privilégio de marcas premium como Audi e BMW. Com o passar do tempo, o recurso começou a ser integrado em carros um pouco mais populares - principalmente nos anos 90. Nos dias de hoje, até o Nissan March, modelo mais barato da marca japonesa, integra o dispositivo.
LEIA MAIS: Os carros mais econômicos vendidos no Brasil, conforme o Inmetro
Na prática, o ar-condicionado digital tem mais precisão para determinar a temperatura da cabine que os modelos convencionais. O dispositivo também contribui para a economia. Por incrível que pareça, o primeiro sistema digital de ar-condicionado surgiu com o Volkswagen Passat, no final da década de 80. O recurso inaugurou a nomenclatura Climatronic, utilizada até os dias de hoje pela marca alemã.
5 - Monitoramento de pressão dos pneus
Existem dois tipos de monitoramento de pressão dos pneus: direto e indireto. O primeiro, mais utilizado em carros de luxo, faz a medição individual considerando pressão e temperatura. O grande trunfo é que o diagnóstico não é afetado por desgaste, além de não precisar ser reiniciado ao verificar a pressão.
LEIA MAIS: Saiba quais são as melhores marcas de som automotivo do mercado
Menos preciso, o sistema indireto utilizado entre os equipamentos de modelos como Argo e Polo usa o diâmetro da roda para identificar qual dos pneus está descalibrado. Os sensores de rotação do sistema ABS informa a central de gerenciamento do veículo. Neste caso, os dados são escassos e o motorista tem apenas a noção de qual roda está irregular.