
Lançado em abril de 1996, o Fiat Palio foi o primeiro carro mundial desenvolvido pela marca no Brasil e se consolidou como um dos modelos mais populares do país.
Em 22 anos de produção, ganhou diferentes reestilizações e uma segunda geração, além de derivar a perua Weekend, o sedã Siena e a picape Strada.
Ao longo de sua trajetória, acumulou mais de 3 milhões de unidades vendidas no mercado nacional e conquistou feitos marcantes, como o título de carro mais vendido do Brasil em 2014, interrompendo a sequência de 27 anos de liderança do Volkswagen Gol.
Nesta reportagem, o Portal iG Carros apresenta mais um capítulo da série “Geração sobre rodas”, que revisita a história dos modelos mais icônicos da indústria automotiva, da primeira à última geração.
Primeira geração (1996–2000) | Estreia e família completa

Apresentado em abril de 1996, o Palio chegou inicialmente como hatch de três ou cinco portas, em versões 1.5 de 76 cv e 1.6 16V de 106 cv. Logo surgiram as opções 1.0, responsáveis pelo grande volume de vendas.
Em 1997, a linha ganhou a perua Palio Weekend e o sedã Siena, seguidos pela picape Strada em 1998.
Essa estratégia ampliou o alcance da família, que oferecia versões de entrada econômicas e opções mais equipadas, com itens inéditos para o segmento, como airbag.
Até 2000, o modelo recebeu atualizações de motores, incluindo a estreia do Fire 1.3 16V, mais moderno e eficiente.
Segunda fase (2001–2003) | Primeira reestilização e novos motores
A primeira grande mudança visual ocorreu em 2001, redesenhada pelo estúdio Italdesign, de Giorgetto Giugiaro.
A dianteira ganhou faróis mais estreitos, a traseira adotou lanternas arredondadas e o interior foi atualizado.
Nessa fase, a linha introduziu a rede elétrica multiplexada e novos motores da família Fire, mais leves e econômicos.
O Palio também passou a oferecer série de edições comemorativas, como a 25 anos, e manteve versões de baixo custo sob a denominação Palio Young.
O período consolidou o modelo como um dos líderes de vendas, em meio à forte concorrência com Gol, Corsa e Fiesta.
Terceira fase (2004–2007) | Reestilização profunda e motores flex
Em 2004, o Palio passou por uma transformação mais ampla, com faróis maiores, traseira redesenhada e interior totalmente renovado.
Essa fase marcou a chegada dos motores flex, que se tornaram padrão no mercado brasileiro.
Surgiu também a versão esportiva 1.8R, equipada com motor de até 115 cv e acabamento diferenciado.
Já o Palio Fire permaneceu como opção de entrada, mantendo a carroceria antiga, mas com atualizações de motores e painel.
Com essas mudanças, o Palio se firmou como um dos compactos mais completos do segmento, atendendo desde consumidores básicos até quem buscava desempenho ou sofisticação.
Quarta fase (2008–2011) | Facelift total e ampliação da gama
Lançada em 2007 como linha 2008, a quarta fase trouxe mudanças mais extensas na carroceria, com faróis em formato irregular, traseira remodelada e novos vincos laterais. Foi a primeira alteração estrutural relevante desde o lançamento.
A gama passou a incluir versões com câmbio automatizado Dualogic e equipamentos como sensores de chuva e crepuscular, além de novos itens de segurança, como airbags laterais.
O Palio Fire continuou em linha como modelo de entrada, com pequenas atualizações visuais, e a Strada e a Weekend ganharam versões Adventure com bloqueio de diferencial.
Segunda geração (2011–2017) | Crescimento e modernização
Apresentado em novembro de 2011, o Novo Palio adotou plataforma atualizada, dimensões maiores e visual mais moderno, inspirado no Punto.
O interior foi redesenhado, oferecendo melhor espaço e novos itens de conforto.
As versões iam do básico Attractive 1.0 ao esportivo Sporting 1.6, com opção de câmbio automatizado.
O modelo também ganhou reforços estruturais e melhorias de segurança, embora continuasse atrás de concorrentes em testes internacionais.
Em 2014, o Palio assumiu a liderança do mercado brasileiro, encerrando quase três décadas de domínio do Gol.
Fim de produção (2017–2018) | Saída para dar lugar ao Argo
Com a chegada do Fiat Argo, em 2017, o Palio teve versões gradualmente descontinuadas.
As vendas caíram e, em fevereiro de 2018, a Fiat anunciou oficialmente o fim da produção no Brasil.
Ainda permaneceram derivados da primeira geração, como a Weekend e a Strada, mas o hatch compacto se despediu após mais de duas décadas de mercado.
Legado
Eleito Carro do Ano pela revista Autoesporte em 2001, 2004 e 2012, o Palio marcou gerações de consumidores pela versatilidade e pela ampla família de versões.
Foi pioneiro em oferecer airbag na categoria, adotou motores flex já em meados dos anos 2000 e chegou a liderar o mercado nacional.
Mesmo fora de linha, segue presente em ruas e garagens, lembrado como um dos modelos mais emblemáticos da Fiat no Brasil.
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