![Jeep Compass foi um dos principais modelos que tiveram maior destaque no balanço do semestre no Brasil Jeep Compass foi um dos principais modelos que tiveram maior destaque no balanço do semestre no Brasil](https://i0.statig.com.br/bancodeimagens/0t/2l/7x/0t2l7xmn6c36s15bogajny9fx.jpg)
Fechado o primeiro semestre de 2017, finalmente há motivos para comemoração. Pela primeira vez em quatro anos houve aumento nas vendas. Nada muito grandioso; apenas 4,2% em relação ao mesmo período do ano passado. Mas já é possível intuir que 2016 foi o fundo do poço, e que uma longa e lenta recuperação está em curso. O positivo balanço do semestre indica que as montadoras já podem tirar o pé do freio e começar a pensar em investimentos mais pesados.
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Porém, os frutos desses investimentos só virão em 3 ou 4 anos. Durante essa entressafra, valerá a habilidade das marcas em adequar os produtos existentes em termos de versões, equipamentos tecnologias e preços. E dá-lhe facelift e séries especiais. Enquanto isso, o balanço do semestre mostra quem teve a estratégia mais consistente. Vamos ver a seguir como está cada segmento do mercado, e o que pode acontecer até o fim do ano.
SUVS
![Hyundai Creta Hyundai Creta](https://i0.statig.com.br/bancodeimagens/2m/0z/z3/2m0zz3r7c29vlzo5mzddt1u1m.jpg)
Abrimos esta análise com o segmento que mais ganhou competidores nos últimos meses. E antes de falar dos compactos, vamos destacar o modelo que foi a maior surpresa do ano até agora: o Jeep Compass. Foram 22.003 unidades emplacadas, quase a soma de todos os outros SUVs médios.
Nada mal para um modelo acima de R$ 100 mil. Graças a ele, a Jeep foi a marca de volume que mais cresceu no mercado, tirando a 9ª posição da Nissan. No fim deste mês o Compass ganha versão flex com tração 4x4 e câmbio automático de nove marchas, além de espelhamento de celulares e outras novidades.
Isso deve ajudar a manter o modelo em alta, mesmo com a chegada do Chevrolet Equinox, sucessor do Captiva, e do recém- lançado Peugeot 3008. No andar de baixo, a dupla de líderes continua. Mas tanto Honda HR-V (23.218) como Jeep Renegade (17.796) perderam vendas em relação ao ano passado – 25% e 31%, respectivamente. A pulverização num segmento tão promissor e povoado era inevitável. E quem chegou de forma consistente foi o Hyundai Creta, com 17.323 emplacamentos.
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No pelotão logo abaixo ficaram o pioneiro Ford EcoSport (14.182) e o Nissan Kicks (12.766). Ambos vão crescer no segundo semestre. O Eco por conta da reestilização, o Kicks pela nacionalização (vinha do México). Se sua versão única custava R$ 90 mil, agora ele parte de R$ 70,5 mil na versão básica manual. A Renault perdeu espaço com o Duster (9.668), mas compensou com o Captur (4.354), que acaba de encorpar com o novo câmbio automático CVT. Peugeot 2008 e Chevrolet Tracker, ambos beirando os 5 mil, devem ficar nesse patamar mais baixo. E o WR-V? Ele está mais para Fit do que para HR-V. Vendeu quase 6 mil em menos de um ano, e deve fechar 2017 com 15 mil, tirando, em boa parte clientes de outros carros da Honda.
Uma nova onda de lançamentos deve demorar a chegar. VW deve entrar no ano que vem com um SUV derivado do novo Polo. Toyota demora um pouco mais. Com isso, a aposta de AutoBuzz para este ano é que o HR-V feche na liderança, mas seguido de perto pelo Creta. A briga pela terceira posição ficará acirrada entre Renegade, Eco e Kicks. Em qual vocês apostam?
HATCHES COMPACTOS
![Chevrolet Onix Effect Chevrolet Onix Effect](https://i0.statig.com.br/bancodeimagens/32/ou/y0/32ouy0883ltufbbkipwl311eq.jpg)
Já falamos numa coluna recente que, para este segmento de maior volume, um é pouco, dois é bom, três é demais. E isso fica comprovado com o desempenho acachapante da Chevrolet com o convívio das duas gerações do Onix (a versão Joy, de entrada, ainda não evoluiu). Lembremos que a GM ousou tirando de linha o Celta, o Agile e o Sonic. Deixou no jogo apenas o Onix, que emplacou no semestre 83.238 unidades.
A Volkswagen ficou na segunda posição, com 75.269 unidades, mas para isso teve de contar com a soma de Gol (36.209), Fox (20.840) e Up (18.220). Vale lembrar que na metade deste semestre a VW vai lançar o novo Polo. A aposta da coluna é que o Fox perderá espaço e será espirrado para fora da gama, ficando Gol como entrada, Up! como urbaninho premuim e Polo no andar de cima.
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O mesmo raciocínio vale para a Fiat, que vendeu 63.027 compactos, na soma de Mobi (25.618), Uno (20.196) e Palio (13.802), além de um resquício de Punto e já os primeiros 1.731 Argo. O Punto já saiu, mas o Palio perde vendas a cada mês e deve, aos poucos, ir saindo de cena. Já o Argo promete chegar ao podium no segundo semestre. A Ford comemora, por um lado, o sucesso do Ka, que vendeu 44.651 unidades, 29,2% a mais que no primeiro semestre de 2016. Já o Fiesta despencou para 8.429, por isso terá um facelift em breve, além de novidades no conjunto mecânico.
A Renault é outra que acertou a mão. O Sandero emplacou 38.867 unidades, 47,1% de crescimento. E o Kwid, que começa a ser emplacado este mês, promete volumes relevantes, dado preço de entrada (R$ 29.990) e o sucesso da pré-venda do minicarro com jeito de SUV.
A Toyota também cresceu com o Etios após sua leve reestilização. Vendeu 20.647 (alta de 23,5%). Já a Hyundai manteve o segundo posto do ranking com o HB20 (51.149), mas caiu 8,5%. O problema dela é que a fábrica está no limite da produção, e o HB teve de abrir espaço para o Creta.
SEDÃS COMPACTOS
![Volkswagen Voyage Volkswagen Voyage](https://i0.statig.com.br/bancodeimagens/b2/xf/km/b2xfkmntcnbp2dnhs3ol126i5.jpg)
Aqui o território da GM é ainda maias demarcado. O líder Prisma (31.202) vendeu absurdamente mais que o segundo colocado, o VW Voyage (18.413), e a Chevrolet ainda tem o Cobalt, que emplacou 11.487. Hyundai HB20S (14.862) e Toyota Etios (14.637) fizeram uma boa briga pela terceira posição, e foram seguidos por Fiat Siena (13.148), Ford Ka (12.469) e Renault Logan (10.910). No pelotão abaixo de 10 mil vêm o Nissan Versa e o Honda City, mais caros, como o Cobalt.
O marasmo deste segmento será quebrado apenas na virada do ano com a chegada de dois pesos-pesados. De um lado, o sedã Fiat derivado do Argo, que virá da Argentina. Do outro, o Virtus, versão sedã do novo Polo, que deve encostar em preço nos sedãs médios, sem atrapalhar demais o Voyage. Briga boa à vista!
SEDÃS MÉDIOS
![Honda Civic Sport Honda Civic Sport](https://i0.statig.com.br/bancodeimagens/3u/6r/xk/3u6rxkcgj75hy14fckdw07xil.jpg)
Por muitos anos, Civic e Corolla se revezaram na liderança do mercado. Geralmente, o mais moderno levava. Mas o novo Civic chegou e pouco abalou o líder Corolla. O Toyota emplacou 29.188 unidades, queda de apenas 8,5%. Já o Civic só conseguiu fazer 14.696 unidades. Um dos problemas da Honda é o limite de suas duas fábricas (Sumaré e Argentina). Seu desenho esportivo talvez não tenha ajudado. Pelo jeito, o público desse segmento prefere algo mais blasé como o Corolla.
Outro que foi sucesso de crítica, mas não de público, foi o novo Chevrolet Cruze. Apenas 8.791 emplacamentos. A rede GM vem se mostrando uma máquina de vender carros de entrada, mas que patina com carros de maior valor agregado. Já vimos esse filme com a Fiat num passado recente.
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Os outros competidores (e são muitos), oscilaram na faixa entre 2.779 unidades vendidas (VW Jetta) e 526 (Renault Fluence). Nesse bolo estão Focus, C4 Lounge, Sentra, A3, Elantra, 408... Está cada vez mais evidente que o segmento de sedãs médios, se não chega a ser um nicho como o de hatches médios, já não tem o vigor de antes, e não comporta tantos jogadores. Para piorar, não são esperadas grandes novidades para os próximos meses. Melhor para o Corolla...
PICAPES
![Fiat Toro 2.4 Flex Freedom Fiat Toro 2.4 Flex Freedom](https://i0.statig.com.br/bancodeimagens/2n/ke/nq/2nkenqw46qa004ll2hbr85gwg.jpg)
Entre as pequenas, nenhuma novidade. A Strada continua na frente (24.027), mas seguida cada vez mais de perto pela Saveiro (20.023). A líder caiu 17% em vendas, o que já era esperado, pois as versões mais caras perderam espaço para a Fiat Toro. A Montana (6.323) tende a tomar o rumo da Courier e da Hoggar. E a Renault Oroch (5.466) decepcionou totalmente. Nem o fator novidade ajudou a seduzir mais clientes.
O grande fenômeno entre as picapes é a Toro, com 24.686 unidades vendidas. Não só superou a Strada como picape mais vendida do país, como ficou em 9º lugar no ranking geral de vendas. Se a Fiat encolheu entre os carros compactos, ao menos pode comemorar este êxito num segmento muito mais lucrativo. O segmento médio está pouco agitado. Nova Hilux mantém a liderança (15.897), mas a S10 encostou (13.799). No bloco bem abaixo, com números decepcionantes, estão Ranger (6.806), L200 (4.863) e Amarok (4.701). Frontier segura a lanterna com míseras 1.864.
OS NICHOS
![Mini Cooper Seven Mini Cooper Seven](https://i0.statig.com.br/bancodeimagens/9l/3l/cv/9l3lcv4pj03pt1ageof2e2bn2.jpg)
Tema da nossa coluna da semana passada, os segmentos de nicho estão encolhendo em volume de vendas e em quantidade de opções, o que pode ser interessante para os últimos sobreviventes de cada. Apenas o das peruas parece não ter futuro, com a líder Weekend emplacando irrisórias 1.923. Pelo visto, restarão apenas opções importadas, de luxo. Ou seja, peruas ficarão num nicho tão pequeno como o de cupês e conversíveis. Monovolumes ainda justificam o investimento, com espaço para não mais que três opções. Os que se destacam hoje são Fit (12.701), Spin (11.199) e Aircross (4.076).
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Hatches médios também minguam, a ponto de não sobrar espaço para mais que três competidores. Hoje, os que mais vendem são Cruze (3.222), Golf (2.461) e Focus (2.115). Números tão baixos que os aproximam cada vez mais dos hatches premium, onde se destaca o Mini Cooper (630 unidades). Vejamos quantos sobreviverão no próximo balanço do semestre.
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