O Escort era um carro mundial da Ford na década de 80 quando chegou ao Brasil. Apesar de estarmos vivendo na época um período de importações fechadas por conta de uma proteção governamental para nossa indústria, o modelo foi nacionalizado e estava em consonância com o design europeu.
Porém, por aqui, a restrição de tecnologia se fez presente na escolha da motorização. O antigo CHT, que também tinha suas qualidades, mas era um pouco obsoleto, acabou sendo escolhido pela marca para equipar o hatch. Dessa forma tivemos um veículo atualizado mundialmente, mas com um conjunto mecânico um pouco defasado.
A versão esportiva XR3 foi lançada em 1984. O aspecto jovem logo se tornou um sonho de toda a molecada. Na parte mecânica, o CHT ganhou alguns ingredientes e mudanças a mais e passou a se chamar Fórmula, entregando um pouco mais de potência e torque. Mas isso não foi suficiente para enfrentar os bem dispostos esportivos Volkswagen Gol GT e Passat GTS Pointer ( confira o vídeo comparativo entre o Chevrolet Monza SR, Escort XR3 e Gol GT ).
Mas tudo isso mudou com o projeto que trago pra vocês esta semana. Este exemplar de 1985 recebeu muito mais do que um novo motor. Ele passou por uma transformação de estrutura e suspensão para entregar 138 cv de forma bastante competente. Externamente apenas a sigla na lateral entrega esse verdadeiro Isle ter.
A escolha recaiu sobre o motor V6 de 1,8 litro da Mazda, o menor do mundo em sua categoria. Esse propulsor equipou o MX-3. Na época, a empresa japonesa era controlada pela Ford e a ideia do projeto incluiu, justamente, essa proposta, ou seja, de tudo pertencer ao mesmo grupo.
Em termos de projeto, o cofre recebeu reforços e a suspensão foi toda retrabalhada para lidar com a maior potência e torque. Os amortecedores deram lugar aos Koni da época, mais rígidos e mais bem acertados para uma condução esportiva. Outras mudanças incluíram a customização do interior e o escapamento dimensionado.
O resultado é um legítimo hot hatch, ou seja, um carrinho leve e muito divertido de guiar, além do comportamento esportivo. Vale ressaltar também um dos pontos de maior destaque: o ronco do motor V6 que tem seu corte aos 7.000 giros! Realmente um XR3 totalmente novo e que deixaria qualquer GT ou GTS da época comendo poeira.