Lançar um SUV elétrico em um autódromo pode parecer contraditório, mas a Fazenda Capuava foi o local escolhido pela Chevrolet para lançar a Blazer EV. Com pretensões esportivas, o modelo dificilmente irá decepcionar quem precisa de um SUV familiar , apesar de não ser um verdadeiro puro sangue.
Como destacamos na matéria de lançamento , a Blazer EV chama a atenção por conta da baixa altura por ser um carro bem largo, mas é na pista onde seu principal defeito fica evidente: Peso .
A receita ideal para um carro segundo o lendário Colin Chapman, criador da Lotus e vencedor de sete títulos de construtores na Fórmula 1 era sobre tornar o carro mais leve, para melhorar o desempenho; algo completamente contrário a um SUV moderno.
Pesando 2.495 kg, a Blazer EV se parece muito pesada para os 347 cv de potência e 44,86 kgfm de torque do motor traseiro, entretanto, não sabemos se será um desafio no trânsito e no dia a dia convencional, afinal, o uso é menos intenso.
Os 5,8 segundos para alcançar os 100 km/h partindo da imobilidade impressionam no primeiro contato com o modelo, mas após algumas voltas, o carro parece pedir mais motor; não que a Blazer EV RS fique devendo, mas ela dá sinais de que pode muito mais. Talvez por isso, nos Estados Unidos, existe a versão SS , que oferece 565 cv e 89,6 kgfm de torque com dois motores, um em cada eixo.
Freios brilham
Tão importante quanto acelerar rápido é parar rápido, e nisso, a Blazer EV merece muito elogios. As pinças mordem de forma feroz os discos ventilados de 331 mm na dianteira e 345 mm na traseira e oferecem muita segurança no circuito.
Por conta do uso excessivo – os carros praticamente não pararam -, após apenas uma volta já aparecia uma mensagem no painel de instrumentos alertando para um potencial risco de superaquecimento dos freios. Claro que no uso comum, dificilmente essa mensagem irá aparecer, mas é necessário o registro.
Mesmo com essa mensagem no painel, os freios seguiram muito eficientes e a cada curva, a Blazer EV parece te incentivar a arriscar um pouco mais e frear mais forte e dentro da curva; como estávamos em um autódromo – um ambiente controlado e propício para isso -, foi possível abusar um pouco mais do carro.
Abuse da Blazer EV um pouco mais e logo os pneus Bridgestone Alenza de medida 275/45 R21 começam a gritar, entretanto, em nenhum momento o modelo se mostrou arisco e difícil de guiar. A suspensão multilink nas quatro rodas aliadas ao baixo centro de gravidade – graças à baixa altura de 1,65m e baterias no assoalho -, fazem da Blazer EV um carro extremamente na mão para realizar curvas, até mesmo as mais fechadas da Fazenda Capuava.
Missão bem difícil, mas não impossível
A Blazer EV tem uma missão muito complexa dentro da gama da Chevrolet : reposicionar a marca no segmento de SUVs Premium , sejam eles elétricos ou não. Em comparação com Bolt e Bolt EUV , a Blazer EV significa um passo enorme em direção ao máximo de tecnologia elétrica disponível, tanto em termos de praticidade, visualmente e tecnicamente, afinal, são 481 km de alcance já no padrão do Inmetro, com o painel tendo indicado mais de 600 km.
A Chevrolet ainda não contou o preço da novidade – segredo guardado até setembro – mas não será fácil fazer o consumidor de um modelo premium trocar um Porsche , Volvo por um Chevrolet , mas a aposta é bem válida, resta ver se dará certo.
