Não é de hoje que está em curso a maior mudança no setor automotivo desde que Henry Ford revolucionou com a fabricação em série, no início do século passado. Agora, no meio da pandemia, como uma espécie de cortina de fumaça, o processo de transição para uma nova era é acelerado.
Ainda meio entontecidos depois desse caótico 2020, logo veremos ser desvendado um novo mundo em que Maverick virou nome de picape de shopping e não será raro ver uma Kombi ou outra ligada na tomada.
Não haverá mais margem para exageros e desperdícios. As palavras de ordem da nova era da mobilidade serão eficiência, racionalidade e conectividade, no sentido mais amplo, tanto nos carros quanto com os clientes.
O que antes fazia sentido, passou a mudar completamente. Quer um exemplo? A juventude descolada do século 21 quer mesmo é uma picape versátil, com ares de SUV e não mais um cupê com motor grande, que deixou apenas o espírito de liberdade ligado ao nome Maverick.
Em processo de mudanças profundas, a Ford chegará com certo atraso no segmento de picapes menores que as médias, em que a Fiat Toro faz sucesso há mais de quatro anos. E no lugar do Brasil, vai montar a nova picape no México, em que os custos de produção são menores e a conjuntura atual é bem mais favorável que no cenário incerto do mercado brasileiro, como a reportagem de iG Carros mostrou com clareza e detalhes.
Até os shoppings não serão os mesmos
Você viu?
Nesse novo mundo que se aproxima, nem mesmo os shoppings serão os mesmos de antes. A questão da sustentabilidade será cada vez mais importante, bem como estar atento à conceito das chamadas "pop-up stores", uma tendência de abrir espaços de vendas de curto prazo que duram de dias a semanas antes de fechar, geralmente para acompanhar uma moda passageira, ou evento programado.
Além disso, não será raro ver nos estacionamentos, além de bicicletas e patinetes elétricos, até modelos clássicos ligados nos carregadores. Sim, porque assim como já se tornou comum na Europa e EUA, trocar os poluidores e barulhentos motores a combustão por um elétrico vai se tornar uma prática cada vez mais frequente no Brasil, até por uma questão de redução de custos por quilômetro rodado.
Estamos atrasados quando o assunto é carro elétrico no Brasil? Sim, há anos luz, com perdão do trocadilho. Em países europeus, Japão e EUA, já estabeleceram até data para a o fim das vendas dos modelos a combustão. O prazo mais próximo é 2030, ou seja, daqui a menos de 10 anos. Aqui, os eletrificados tendem a ficar restritos ao nicho dos modelos de luxo, já que nossa política econômica aponta mais para os flex.
Pelo menos por enquanto, temos poucas opções no mercado, que não chegam nem a 15, com preços que variam entre R$ 139.900 (JAC iEV20) e R$ 979 mil (Porsche Taycan Turbo S). E uma infraestrutura precária, com poucas estações de recarga espalhadas pelo País. Hoje em dia, apenas algumas fabricantes tomam iniciativas pontuais de instalar estações de recarga.
Carregador ultrarrápido há apenas um, em Caraguatatuba (SP), com previsão de chegarem a 30 até 2023 em todo o estado de São Paulo. Ainda é pouco, mas o mundo caminha a passos largos para a eletrificação da frota mundial.
De acordo com informações oficiais das fabricantes, a Volvo estima que, em 2025, 50% de suas vendas sejam de carros totalmente elétricos - a outra metade será de híbridos. Já a Volkswagen espera vender 1,5 milhão de carros 100% elétricos, de sua nova linha ID., até 2025.
Com o médoto de sanitização
cada vez mais comum, até mesmo os elétricos compatilhados por aplicativos vão voltar à tona, em todo o mundo. No Brasil o Itaú já confirmou que terá uma pequena frota
que vai começar a funcionar em fase de testes no início de 2021. Portanto, um novo mundo se revela depois da cortina de fumaça da pandemia. E estamos atentos para contar cada detalhe dessa transformação.