Racionalidade é uma palavra que pode pautar a compra de um carro novo. Um dos bons exemplos é o hatch Onix, o carro mais vendido do Brasil há três anos. O hatch compacto luta sem muito esforço em um segmento cheio de competidores fortes e tecnológicos. Mas não é só na categoria dos carros de volume que a GM prepara suas armas. Prova disso é a reestilização da Chevrolet Spin 2019.
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Vamos retomar um pouco sobre o segmento de monovolumes. Desde que a Nissan optou por interromper a fabricação da espaçosa Livina, a Chevrolet Spin 2019 reina entre os rivais diretos. Com a nova estilização, a marca pretende retratar o Spin como um crossover. Meio-minivan, meio-SUV. A palavra que categoriza o seu segmento, inclusive, não saiu da boca de um executivo da GM sequer durante a apresentação do modelo em Foz do Iguaçú (PR), na tríplice fronteira.
Este é o carro mais barato que você pode comprar com sete lugares no Brasil - excluindo, é claro, o Fiat Doblò. A Spin começa em R$ 63.990 na versão LS, chegando aos R$ 83.490 no modelo Activ de sete lugares. Ao menos em preço, a Spin concorre diretamente com os SUVs compactos que bombam no Brasil. Mas o que faria uma pessoa abandonar a ideia de comprar um deles para investir na Spin? Espaço interno.
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Voltemos à racionalidade do primeiro parágrafo. A Spin é a imagem clara da sensatez, um carro que abdica o design externo pela sua funcionalidade e amplo espaço interno. Quanto mais esculpidos, mais espaço é perdido nos carros. Um bom exemplo é o Ford New Fiesta, que é menos espaçoso que o modelo anterior por conta de suas linhas mais esportivas.
Agora, o monovolume ganha dianteira inspirada no Cruze. Trata-se de uma grande evolução se compararmos ao modelo anterior que era duramente criticado. A traseira não ganhou meu coração por fotos, mas olhando o carro pessoalmente a sensação é outra. As lanternas horizontalizadas, agora tomando parte da tampa do porta-malas, não negam sua inspiração no Cobalt. Dá para dizer que a GM acertou na mão. Parece até que a Spin nasceu desse jeito.
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Julgando que a GM não subiu o preço base e acrescentou novos equipamentos desde o modelo LS, temos um modelo bem equipado desde o princípio. Ela conta com lanternas de neblina, sistema de ancoragem Isofix, cinto de três pontos e encosto de cabeça para o ocupante do meio e segunda fileira de bancos corrediça. Todos esses itens são novos. Graças à fileira corrediça, fica difícil definir a capacidade de porta-malas da Spin. Com o banco todo para frente (são onze níveis de ajuste), chega a 756 litros.
Para um passeio nas proximidades das Cataratas do Iguaçú, cortando a cidade por rodovias até a Usina de Itaipú, escolhemos a versão topo de linha LTZ. Se ela se tornou um carro ainda mais maduro por fora, o conjunto mecânico é o mesmo do modelo anterior.
Razões e emoções
O motor 1.8 de 111 cv a 5.200 rpm e 17,7 kgfm a 2.600 rpm proporciona desempenho aceitável para o monovolume. Com três adultos no carro, sem bagagem, a Spin mostra disposição para enfrentar as provocações do motorista. Mas claro, com todas as limitações. Quem realmente se destaca é o câmbio automático de seis marchas o mesmo da antiga geração do Cruze, porém, com mudanças técnicas no módulo de controle.
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A relação entre as marchas é suave, proporcionando um trajeto tranquilo e sem trancos. O acerto de suspensão também chama atenção, mesmo nos trechos mais precários das rodovias da fronteira. Um veredito sobre seu comportamento urbano será retratado assim que trouxermos o carro para a redação do iG Carros.
O consumo de combustível, ao menos, agrada. De acordo com o Inmetro, a Spin faz 7,0 km/l na cidade e 8,3 km/l na estrada com etanol. Na gasolina, que abastecia o modelo que testamos no Paraná, faz 10,3 km/l na cidade e 12 km/l na estrada. Para um carro familiar, está nos conformes. Uma nova família de motores vai começar a aparecer apenas a partir de 2020, quando sairão da linha de montagem em Joinville (SC).
Ainda não se sabe detalhes da nova família de motores da GM, apenas que, entre eles estará um de três cilindros, co, 1.0 litro de cilindrada, que deverá equipar as nova gerações dos compactos Onix e Prisma.
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Dizer que a Spin ganhará os corações de quem procura por um SUV pode ser exagero. O segmento dos utilitários urbanos é 100% emocional. Para uma família grande que gosta de realizar viagens frequentes, a van da Chevrolet é um prato cheio. Graças aos bancos corrediços, a terceira fileira de bancos ganha espaço para os joelhos. Por outro lado, apenas duas crianças não muito grandes conseguem viajar com conforto por lá. Tem até porta-copos de ambos os lados para eles.
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Você ainda poderá contar com o sistema concierge onStar, bem como o sistema atualizado MyLink. Com ele, há a possibilidade de espelhar diversos aplicativos por meio das funcionalidades Android Auto e Apple CarPlay. Esta versão da Chevrolet Spin 2019 LTZ com câmbio automático e terceira fileira de bancos custa R$ 81.990. Com essa grana, será possível comprar apenas um SUV compacto de entrada.
Ficha técnica
Preço: R$ 83.490
Motor: 1.8, quatro cilindros, flex
Potência: 111 cv a 6.000 rpm
Torque: 15,3 kgfm a 5.200 rpm
Transmissão: Automático, seis marchas, tração dianteira
Suspensão:Independente (dianteira) e eixo de torção (traseira)
Freios: Discos ventilados na dianteira e tambores na traseira
Pneus: 195/65 R15
Dimensões: 4,36 m (comprimento) / 1,74 m (largura) / 1,68 m (altura), 2,62 m (entre-eixos)
Tanque : 53 litros
Porta-malas: entre 710 e 750 litros (162 litros com sete lugares)
Consumo: 11,8 km/l (cidade) /13,7 km/l (estrada) com gasolina
0 a 100 km/h: 10,6 segundos
Vel. Max: 173 km/h