Certos lançamentos geram mais curiosidade que outros quando levamos para a rua. A Chevrolet Spin 2019 na versão LTZ, por exemplo, levou um banho de tinta “azul caribe” para chamar muita atenção na rua. Além, é claro, da reestilização que deixou o modelo um pouco mais próximo de um SUV. As semelhanças com o Tracker são claras, e há motivos mercadológicos para tal.
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Primeiro motivo, os SUVs estão bombando. Eles já representam 25% das vendas nacionais, conforme o levantamento publicado pela Fenabrave (Federação Nacional de Distribuição de Veículos). Aproximar a Chevrolet Spin 2019 do segmento que está no “hype” faz parte da estratégia da GM. Por conta disso, suas linhas ficaram mais afiadas e esportivas para passar uma impressão mais jovial.
O segundo motivo fica por conta do espaço que a Spin tem no coração de quem já foi - ou é - proprietário de uma. É o carro com maior taxa de fidelidade na linha Chevrolet, e faz um grande sucesso entre os taxistas. Mas em sua renovação, a marca quer trabalhar um lado que era oculto no modelo anterior.
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Muitos tinham a opinião de que a Spin era um carro desengonçado, e abdicava ao design para se tornar um dos modelos mais racionais do mercado nacional. Os grandes faróis dianteiros ganharam design mais esculpido e sóbrio, como Tracker e Equinox. A traseira não ganhou meu coração com as novas lanternas, mas vale a pena ver o carro pessoalmente para um veredito.
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Por dentro, revestimento em imitação de couro com costuras azuis. Pouco mudou no acabamento interno, mas destacamos o novo cluster que também foi inspirado no Tracker. A Spin abandona o painel de instrumentos baseado nas motocicletas com iluminação azulada para aderir a uma tela preta que poderia ser mais completa. Ficaram devendo a velocidade nos mostradores digitais, que facilitaria a visualização.
Se você procura espaço interno, o Spin bate todos os SUVs de sua faixa de preço. Nessa parte entra a racionalidade: o comprador terá que relevar o design esportivo dos utilitários compactos para ter melhor otimização. A versão que testamos tem sete lugares, e ainda que apenas duas crianças pequenas caibam com conforto nos dois assentos finais, a segunda fileira de bancos é corrediça em onze níveis. Isso garante mais conforto para quem vai sentado ao fundo, que não deixa de ser uma posição ingrata.
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Graças à fileira corrediça, fica difícil definir a capacidade de porta-malas da Spin. Com o banco todo para frente (são onze níveis de ajuste), chega a 756 litros. Mesmo no modelo de sete lugares, é possível remover a terceira fileira de assentos e usufruir de todo o espaço.
Uma das grandes apostas da GM nos últimos anos é a conectividade. O sistema MyLink, por exemplo, é um fator de compra justificável. A boa central multimídia é intuitiva e rápida, contando com todas as conectividades Bluetooth, auxiliar e MP3. A GM ainda instalou o sistema OnStar de assistência, que funciona como um concierge pessoal. Quer saber quando é o próximo jogo do seu time, ou informações sobre o trânsito? Basta apertar o botão localizado no retrovisor e aguardar a chamada na central. O sistema, claro, é possibilitado através de um programa de assinatura.
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A posição de dirigir passa longe de lembrar os utilitários esportivos atuais. Com o passar dos anos, os SUVs ganharam características de hatchback, contando com banco mais baixo e acerto um pouco mais esportivo. Mesmo com o assento do motorista na altura mínima, me senti muito alto no Spin. Mas ainda assim, o monovolume confere boa dirigibilidade por conta do seu conjunto mecânico maduro.
Seguindo o "hype"
O motor 1.8, de 111 cv e 17,7 kgfm a 2.600 rpm proporciona desempenho aceitável para o monovolume. Com quatro adultos no carro, sem bagagem, a Spin mostra disposição para enfrentar as provocações do motorista. Mas claro, com todas as limitações. O bom câmbio automático também é um dos destaques. Bem escalonado, também proporciona mudanças de marcha suaves, ainda que perceptíveis.
Também tivemos a chance de testar a suspensão da Spin nas lunares ruas de São Paulo. Ela não transmite todas as irregularidades e imperfeições do solo para a cabine, garantindo um trajeto seguro e confortável. Conforme os dados divulgados pelo Inmetro, a Spin faz 7,0 km/l na cidade e 8,3 km/l na estrada com etanol. A unidade que testamos estava com gasolina no tanque de 53 litros, onde o monovolume é capaz de aferir 10,3 km/l na cidade e 12 km/l na estrada. Para um carro familiar, está nos conformes. Uma nova família de motores da GM vai começar a aparecer apenas a partir de 2020, quando sairão da linha de montagem em Joinville (SC).
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Madura, confortável e espaçosa, é impossível não recomendar a compra da nova Chevrolet Spin 2019 na versão LTZ, mesmo pelos salgados R$ 83.490. O monovolume da GM faz uma boa oposição aos SUVs compactos, e está se esforçando cada vez mais para abocanhar parte dos clientes de Honda HR-V, Jeep Renegade e companhia. O grande impasse é o perfil dos clientes deste tipo de carro, que são totalmente pautados pela emoção.
Ficha técnica
Preço: R$ 83.490
Motor: 1.8, quatro cilindros, flex
Potência: 111 cv a 6.000 rpm
Torque: 15,3 kgfm a 5.200 rpm
Transmissão: Automático, seis marchas, tração dianteira
Suspensão:Independente (dianteira) e eixo de torção (traseira)
Freios: Discos ventilados na dianteira e tambores na traseira
Pneus: 195/65 R15
Dimensões: 4,36 m (comprimento) / 1,74 m (largura) / 1,68 m (altura), 2,62 m (entre-eixos)
Tanque : 53 litros
Porta-malas: entre 710 e 750 litros (162 litros com sete lugares)
Consumo: 11,8 km/l (cidade) /13,7 km/l (estrada) com gasolina
0 a 100 km/h: 10,6 segundos
Vel. Max: 173 km/h