
Lançado em março de 1999, o Renault Scénic foi o primeiro monovolume fabricado no Brasil. Apesar de haver apenas uma geração, o modelo contou com mudanças que o atualizaram de forma significativa.
Produzido em São José dos Pinhais (PR), combinava espaço interno, modularidade e conforto, conquistando rapidamente as famílias brasileiras.
Com 33 mil unidades vendidas no primeiro ano, o Scenic abriu um segmento inédito no país.
Fabricado por 12 anos, teve diferentes versões, reestilizações e motores flex, além de uma configuração aventureira Sportway.
Nesta reportagem, o Portal iG Carros lança mais um capítulo da série "Geração sobre rodas", em que conta a história dos modelos mais icônicos do Brasil e do mundo, da primeira à última geração.
1ª geração - Estreia e pioneirismo no segmento (1999–2010)

O Scénic estreou no Brasil em março de 1999, três anos após seu lançamento europeu.
Baseado no Renault Mégane, trouxe um conceito inovador: dimensões externas compactas de hatch médio, mas com interior espaçoso e bancos traseiros individuais removíveis.
Na versão RXE, vinha equipado com motor 2.0 8V de 115 cv e câmbio manual de cinco marchas, além de direção hidráulica, ar-condicionado, trio elétrico e porta-malas de 410 litros.
Pouco depois, a versão RT adicionou o motor 1.6 16V de 110 cv, oferecendo custo mais acessível.
Seu design arredondado e ampla área envidraçada proporcionavam boa visibilidade, enquanto soluções como as mesinhas tipo aviação e porta-objetos espalhados pela cabine reforçavam a proposta familiar.
No primeiro ano, foram emplacadas 33 mil unidades, resultado expressivo para um modelo de nicho.
1ª geração - Reestilização e avanços tecnológicos (2001)

A linha 2001 trouxe mudanças visuais: faróis e grade redesenhados, novo para-choque e lanternas modernizadas.
O interior recebeu painel atualizado, materiais de melhor qualidade e maior oferta de equipamentos de série.
Os motores foram mantidos, mas a gama ganhou câmbio automático de quatro marchas para o 2.0 8V, ampliando o conforto no uso urbano.
Também surgiram airbags duplos, freios ABS e itens de conveniência que reforçaram a imagem de veículo familiar seguro e prático.
Com essas melhorias, o Scénic seguiu entre os monovolumes mais vendidos, competindo diretamente com modelos importados como Citroën Xsara Picasso e Chevrolet Zafira, que chegaram na mesma época.
1ª geração - Motor flex e versão Sportway (2005/2006)

Em 2005, a Renault introduziu motores bicombustível na linha Scénic, atendendo à demanda crescente por veículos flex no país.
O 1.6 16V passou a gerar até 115 cv com etanol, enquanto o 2.0 16V flex entregava até 140 cv.
Neste período, foi lançada a versão Sportway, com suspensão elevada, molduras plásticas e visual inspirado nos SUVs, tendência em alta no mercado.
A configuração aventureira buscava atrair consumidores que queriam um carro familiar com estética mais robusta.
Apesar da ampliação de opções, as vendas começaram a cair devido à popularização dos SUVs compactos, que gradualmente substituíram o papel das minivans no mercado nacional.
1ª geração - Despedida (2010)

Nos últimos anos de produção, o Scénic manteve o design reestilizado e o motor 1.6 flex como principal oferta, focando em custo-benefício.
Com SUVs como o Honda CR-V e o Hyundai Tucson ganhando força, a Renault decidiu encerrar sua produção nacional em 2011, após 12 anos de mercado e mais de 142 mil unidades vendidas.
Globalmente, o modelo teve quatro gerações e superou 5 milhões de unidades até 2022, quando deixou de ser produzido na Europa, já substituído pelo crossover Scénic E-Tech elétrico.
Legado e impacto
O Scénic foi pioneiro em conceitos como bancos individuais removíveis, interior modular e posição de dirigir elevada.
Também estreou no país o processo de pintura à base de água, inovador e sustentável para a época.
Com ele, a Renault consolidou sua fábrica no Paraná e fortaleceu sua imagem como marca inovadora.
Mesmo após o fim da produção, o Scénic é lembrado como um ícone dos anos 2000 e um precursor do que os SUVs viriam a representar no mercado.
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