Mais de 3.800 pessoas no São Paulo Expo , 180 palestrantes e mediadores, oito trilhas de conteúdo sem interferências em razão de sistemas de áudio individuais sem fio marcaram o sucesso do evento Automotive Business Experience 2023 organizado pela tradicional plataforma digital que inclui site informativo na internet, produção de relatórios e seminários.
Este ano o destaque, entre diversos assuntos debatidos, foi o ritmo que a eletrificação tomará no Brasil nos próximos anos. Interessante que não houve consenso. Sérgio Habib , da JAC , acredita na dificuldade de veículos 100% elétricos conquistarem muito mais que 1% do mercado de automóveis. Para ele, veículos comerciais urbanos têm mais chances de crescer porque não há preocupação com a capilaridade de recarga e de alcance para entregas e transporte público.
Já Henrique Antunes , da BYD , defendeu que os preços de automóveis elétricos caindo os consumidores vão migrar. José Augusto Brandimarti, do grupo que importa produtos da também chinesa Seres , viu com preocupação as taxas de importação sobre elétricos que o Governo Federal deve anunciar em breve.
Elétricos pagarão imposto de importação
Esse assunto continuou tendo desdobramentos. A GWM que comprou instalações de uma fábrica no Brasil e começará a produzir em maio do próximo ano é a favor de que o imposto de importação para elétrico volte a ser cobrado, porém em etapas. Pelo que se sabe esta será mesmo a estratégia governamental.
O presidente da Anfavea , Márcio Leite, reafirmou que a indústria brasileira vai produzir carros elétricos e também aproveitará as vantagens do etanol como combustível verde em modelos híbridos flex. Ele não comentou sobre como será essa divisão e nem a velocidade da mudança. No entanto, a entidade defende uma cota com imposto de importação zerado para as empresas já com presença industrial no Brasil ou que venham a se instalar.
No exterior, a Grã-Bretanha adiou por cinco anos – de 2030 para 2035 – a proibição da venda de veículos com motores térmicos. Alinhou-se assim aos países da União Europeia em relação à data fatal para que só automóveis novos puramente elétricos possam ser comercializados.
Entretanto, chamou atenção a declaração do primeiro-ministro Rishi Sunak de que “o ideal é as pessoas migrarem por vontade própria e não serem obrigadas a fazê-lo”.
Novo Megane E-Tech, agora um crossover elétrico médio
Logo à primeira vista chama atenção por linhas atraentes, uma dianteira que mostra personalidade, a pintura do teto no estilo “flutuante” e uma parte traseira mais convencional com a tampa do porta-malas um pouco afastada do para-choque. Suas dimensões e volumes são típicas de um hatch com altura de suspensão elevada (170 mm de vão livre do solo). Distância entre- eixos é ligeiramente menor (2.685 mm) do que outro hatch (2.700 mm) também elétrico, o Dolphin . O porta-malas do Megane (agora sem acento no primeiro “e”) é muito bom: 440 litros .
A Renault o apresenta como SUV , mas sua altura (1.505 mm) não condiz com essa classificação. O Compass , um típico SUV por exemplo, tem 1.625 mm de altura e seus ângulos de entrada, central e de saída são melhores. Materiais de acabamento interno de boa qualidade, inclusive o uso de camurça Alcantara . Boa tela multimídia de 12,3 pol. Os bancos dianteiros não têm ajustes elétricos.
Há um espaçoso console central pois a alavanca de seleção de marchas foi deslocada para a coluna de direção e o botão do freio eletromecânico de imobilização passou para o lado esquerdo inferior do painel. Espelho retrovisor interno tem câmera traseira acoplada e se torna uma tela de visão ampliada.
Potência de 220 cv e 30,6 kgf·m garantem desempenho muito bom, apesar dos 1.680 kg de massa em ordem de marcha. Acelera de 0 a 100 km/h em 7,4 s. Alcance médio padrão Inmetro de 337 km. No quadro de instrumentos aparece sempre em destaque o alcance restante e com precisão: apenas alguns segundos em aceleração máxima em trecho da Rodovia dos Imigrantes e a indicação caiu 6 km. O carro está sempre na mão e bons freios completam o acerto do conjunto.
Gostei do perfeito sistema de alerta aos pedestres em três versões: Neutro, Puro e Expressivo.
O primeiro lote é de 200 unidades ao preço único de R$ 279.990 .
Quanto ao Brasil a Renault confirmou a apresentação em 25 de outubro próximo do seu novo SUV compacto Kardian (lançamento mundial) com motor turbo flex de 1 L já fabricado em São José dos Pinhais (PR). Vai estrear a nova plataforma CMF-B da marca francesa e substituirá o Captur .