A Fiat Titano foi lançada com grandes ambições. Com preço abaixo das tradicionais Hilux , Ranger e S10 , a primeira picape média da Fiat chegou ao mercado com muita expectativa, entretanto, o baixo número de emplacamentos é o principal destaque do modelo até o momento.
Segundo a Fenabrave, foram apenas 93 unidades emplacadas até o fim do mês de abril , sendo que 43 foram emplacadas no último mês. Em termos práticos, a Titano vende quase seis vezes menos que a Ram 3500 , maior picape a venda no Brasil, que custa a partir de R$ 504,9 mil, o suficiente para levar para casa duas Titano topo de linha.
O principal problema da Titano é que, ao contrário dos demais modelos da Fiat vendidos no Brasil, ela não é produzida localmente, e sim importada do Uruguai , onde é produzida.
É justamente esse processo de importação que pode explicar o baixo número nos emplacamentos. Desde janeiro, os funcionários do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) estão protestando por melhores condições de trabalho.
Ao chegar no Brasil, um carro importado, como é o caso de Fiat Titano e Cronos , por exemplo, possuem até 60 dias para conseguir a licença ambiental para circular no Brasil.
Em condições normais, o processo de emissão da licença leva pouco mais de uma semana para ser concluído, mas por conta do protesto dos funcionários, o procedimento é realizado de forma muito mais lenta.
A estimativa, em março, era de que pelo menos 40 mil unidades estavam aguardando liberação nos portos. A expectativa é que o número seja muito maior neste momento, e que cresça ainda mais, caso o problema não seja regularizado.
Em posicionamento oficial, a Stellantis declarou que: "a exemplo de outras empresas do setor, têm sido fortemente impactadas pela paralisação do órgão responsável pela emissão das licenças ambientais exigidas pela legislação vigente".
"Com isso, veículos importados seguem no aguardo da liberação da documentação necessária para serem comercializados no país. Identificamos, ainda, que muitos pedidos em carteira correm o risco de serem cancelados, já que não há uma previsão de data de entrega. A Stellantis acompanha diariamente o andamento do tema para minimizar ao máximo os impactos junto aos concessionários e consumidores".
Como é a Fiat Titano
A primeira picape média vendida pela Fiat
no Brasil é de origem chinesa, onde é fruto de uma parceria entre a Changan
e a Peugeot
, voltada para os mercados asiáticos, africanos e, agora, sul-americanos.
A picape mede 5,33 metros de comprimento, 1,89 m de altura, 1,96 m de largura e conta com 3,18 m de entre-eixos. A caçamba carrega até 1.020 kg e possui volume de 1.109 litros. O motor é 2.2 turbodiesel de 180 cv de potência e 40,78 kgfm de torque (37,7 kgfm na versão Endurance). A transmissão é automática de seis marchas nas versões Volcano e Ranch e manual, também de seis velocidades, na opção de entrada Endurance.
A titano custa R$ 219.990 na versão Endurance; R$ 239.990 na opção Volcano e R$ 259.990 na variante Ranch.
Outras marcas também podem sofrer
A boa notícia para a Titano é que suas rivais também podem sofrer do mesmo problema. Toyota Hilux , Ford Ranger , Nissan Frontier e Volkswagen Amarok , são todas produzidas na Argentina, o que pode frear as vendas desses modelos. Ao contrário, essa situação pode significar aumento na procura por Chevrolet S10 e Mitsubishi L200 Triton , as picapes médias produzidas localmente.
Calendário de lançamentos pode ser modificado
O ano de 2024 ainda reserva grandes lançamentos no mercado brasileiro. A renovação da Volkswagen Amarok
, por exemplo, deverá ser apresentada oficialmente já em agosto. Modelos elétricos como Chevrolet Blazer
e Equinox EV também podem ser afetados, bem como modelos importantes para a Stellantis como as renovações dos Peugeot
208
e 2008
, todos com lançamento inicialmente programado para o segundo semestre.