Após soltar conteúdos pouco a pouco, a Ram acaba de confirmar o nome da sua picape nacional: Rampage . O batismo já havia sido antecipado pelo site Autos Segredos . A apresentação para a imprensa está marcada para o dia 19 deste mês. De acordo com o site, a pré-venda do lançamento será iniciada ainda no mês de junho, com chegada às concessionárias em agosto.
Sem ser inédito, o nome já foi utilizado em outros carros, incluindo uma curiosa picape esportiva lançada nos EUA em 1982, além de ter batizado um conceito da Dodge de 2006 - a Ram se tornaria uma marca própria somente em 2010, portanto, os modelos eram denominados Dodge.
O lançamento de uma picape abaixo das médias é algo que estava sendo conjecturado pela imprensa faz muitos anos. Para você ter uma ideia, a revista norte-americana Car and Driver fez uma matéria sobre a Rampage em 2015 , reportagem que já entregava que seria um modelo com base Fiat - algo impressionante, dado que a Toro nem havia sido lançada. Contudo, o lançamento previsto para 2017 foi bem longe.
Além disso, não dizia que seria produzida no Brasil - a aposta é que seria feita no México -, tampouco a plataforma utilizada, trazendo apenas uma menção e projeção sobre uma antiga Strada quatro portas. Vale lembrar que a geração atual da picapinha é vendida como Ram 700 no país. A aposta da publicação é que a Rampage seria uma opção abaixo da sumida Dakota .
É certo que a Ram Rampage será exportada para o México, país com o qual o Brasil tem acordo de isenção de taxas de importação. A dúvida é se ela será oferecida nos Estados Unidos? Apostamos nisso.
Voltando ao Brasil. "A gente encontrou um nome histórico que já foi usado pela marca. Representa muito o que o carro vai oferecer", afirma Breno Kamei, vice-presidente da marca Ram para a América do Sul.
O anúncio foi feito em um vídeo que revela boa parte do estilo do novo modelo. Embora tenha seção central bem parecida com a da Fiat Toro, a Rampage tem elementos inconfundíveis da marca.
Evitar uma numeração como batismo foi uma decisão acertada. Uma fonte ligada ao fabricante até comentou que seria esquisito adotar um número abaixo de 1500, perderia força
O que já dá para ver
Da mesma maneira que as picapes maiores da Ram, os faróis são horizontais e contam com o mesmo esquema de luzes de rodagem diurna. Falando em luzes, os faróis são iluminados integralmente por LEDs. O capô elevado aposta em nervuras ressaltadas, um toque agressivo que combina com a enorme grade em forma de escudo.
Nas laterais, as portas entregam o parentesco com os companheiros da Jeep e Fiat, algo que também fica explícito nas colunas A, B e C. Segundo o Autos Segredos, alguns pontos são compartilhados com o Commander, exemplo do para-brisa e das formas das portas, que têm outra estamparia.
Para acentuar a robustez, os designers foram espertos e aplicaram para-lamas bem alargados. É a velha regra do design compartilhado: manter pontos conhecidos apenas em partes que o consumidor não deve reparar.
Contudo, é importante ressaltar que se tratam de desenhos, ou seja, ainda temos que esperar pelas fotos para vermos todos os detalhes e proporções. De qualquer forma, demos uma clareada na imagem de perfil para termos uma ideia do parentesco com o Commander e a Toro.
Atrás, as lanternas verticais apostam na tridimensionalidade extrema para trazer um ar bem diferente do ostentado pela Toro, uma decisão que combina harmoniosamente com a tampa vincada da caçamba.
Como serão as versões e motorizações
Ainda segundo o Autos Segredos
, a Ram Rampage será vendida nas versões Big Horn, Laramie e Rebel. Elas virão equipadas com o já conhecido motor 2.0 turbodiesel, unidade que manteve os 170 cv e 38,7 kgfm do Jeep Commander. O Compass e a Toro contam com o mesmo propulsor, mas com torque de 35,7 kgfm. O câmbio será o mesmo automático de nove velocidades dos primos. Tração 4X4 está confirmada.
O grande diferencial é o novo motor 2.0 turbo Hurricane a gasolina. No Brasil, o propulsor é oferecido no Jeep Wrangler , no qual gera 272 cv e 40,8 kgfm de torque. Ele equipará as configurações Laramie, Rebel e R/T. Em relação ao jipe, a diferença fica por conta do uso do câmbio automático de nove marchas, contra oito. É algo explicado pelo fato do propulsor do SUV ser longitudinal, enquanto a Rampage se vale do arranjo transversal. No grupo Stellantis, essa opção transversal é utilizada pelo Alfa Romeo Tonale e Dodge Hornet, que se valem da caixa de nove velocidades.
O modelo exibido nos vídeos parece ser 2.0 turbo, uma vez que o ronco é bem diferente do emitido pelo 2.0 turbodiesel. Os pipocos do escape a aproximam da esportividade da 1500 Rebel . A marca já confirmou que a Rampage será a picape mais rápida produzida no Brasil .
Como é por dentro
Dentro da estratégia de ir revelando pouco a pouco a sua nova picape, a Ram também já deu uma palinha de como será o interior. O painel digital faz dupla com a bela central multimídia horizontal, que talvez seja inédita no Brasil. O acabamento também parece melhor do que o apresentado pela Toro , que aposta em materiais duros e tem requinte quase que restrito aos revestimentos.
Quanto ao posicionamento de preços, ainda temos que esperar pela confirmação oficial, mas a lógica é simples: será mais cara que a picape da Fiat, que chega aos R$ 226.890 na configuração top Ultra 2.0 turbodiesel.
Com isso, a Ram posicionará a sua picape em um patamar mais próximo do ocupado pela Ford Maverick
, que tem opção de motor 2.0 turbo a gasolina de 253 cv e 38,7 kgfm, algo que a aproxima ainda mais da Rampage. A concorrente tem uma carta na manga que a nova picape nacional deve oferecer apenas no futuro: uma versão híbrida - a eletrificação de seus modelos está nos planos da Stellantis
. Vendida pelos mesmos R$ 244.890 da versão convencional ( confira o primeiro teste
), ela aposta na combinação de motor 2.5 a gasolina com outro propulsor elétrico para gerar 193 cv e entregar economia superior aos modelos diesel da Fiat e Jeep.
Somado a isso, a concorrente importada leva vantagem em espaço e porte geral, porém o seu refinamento em termos de acabamento e itens de segurança é aquém do esperado.
No entanto, a Stellantis sempre joga pesado e aposta em nichos onde consegue massificação comercial. Com 60 concessionárias, a Ram pretende criar outras 40 revendas. É um plano de expansão que já foi reforçado ano a ano com a Classic , 1500 , 2500 e 3500 . De tão ousada, a ofensiva vai preocupar também as picapes médias convencionais, cujos preços de suas versões tops já romperam (e muito) a barreira dos R$ 300 mil.