Se você entrar nos sites gringos de suas fabricantes favoritas, conhecerá muitos carros legais que não são vendidos no Brasil. Nem precisa ir muito longe, pois até mesmo os nossos vizinhos argentinos podem colocar as mãos no volante de modelos mais interessantes: Citroën DS3 Crossback, Hyundai Veloster e o belo roadster Fiat 124, apenas para citar alguns exemplos. Mas até mesmo entre os modelos que também são vendidos no Brasil, podemos encontrar algumas preciosidades nas melhores versões.
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Partindo disso, a reportagem de iG Carros mostra cinco carros que têm melhores versões em alguns países que as disponíveis atualmente no Brasil. Vamos esperar que a situação econômica do País melhore para que, em alguns anos, estes modelos sejam vendidos por aqui.
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1 - VW Polo 2.0 GTI
Em meados de 2006, a VW trouxe um pequeno lote do Polo GTI europeu para o Salão do Automóvel de São Paulo. Algumas unidades foram emprestadas para a imprensa brasileira, e alguns colegas tiveram a oportunidade de acelerar um legítimo “hot-hatch” com motor 1.8 turbo de 150 cv de potência (o mesmo do antigo A3 “bolinha”). Eram 99 unidades numeradas, sem contar com alguns digitos polêmicos (como 13, 24 e 69). O carro vinha do jeito que era vendido na Europa, com três portas, algo que quase acabou no Brasil no segmento de versões esportivas por uma questão de demanda, de acordo com os estudos das fabricantes.
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Os anos passam, e os europeus continuam contando com a atual geração do Polo GTI. Equipado com motor 2.0 turbo de 200 cv de potência, a Volkswagen diz que o esportivo é capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em apenas 6,7 segundos, com velocidade máxima de 237 km/h. Além do motor, também podemos destacar os bancos revestidos em tecido xadrez (tal como o antigo modelo 2006) e visual exclusivo. O preço também é camarada, partindo de 23 mil euros na Europa (ou R$ 96 mil).
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Depois do lançamento do novo SUV T-Cross, a VW finalmente disponibilizará os novos Polo e VIrtus GTS com acerto esportivo e motor 1.4 de 150 cv de potência no Brasil. Os modelos foram expostos no badalado estande da Volkswagen no Salão do Automóvel de São Paulo, passando pela aprovação do público. Resta conter a ansiedade e aguardar. Mas já é bom saber que o carro não será vendido com câmbio manual, o que seria desejável em se tratando de uma versão esportiva.
2 - Peugeot 3008 2.0 GT
O Peugeot 3008 é um verdadeiro sucesso de vendas na Europa. O prêmio "Car of the Year" 2017 mostrou que o SUV tem todas as qualidades para encantar, superando nomes como Toyota C-HR, Nissan Micra e Alfa Romeo Giulia. Este título foi compensador para a Peugeot, uma vez que em 2012, a empresa chegou perto da falência, encerrando a operação de sua fábrica em Aulnay-sous-Bois (França), um dos principais complexos do grupo PSA. Encontrou sua salvação com a venda de 14% das ações para o governo francês e outros 14% para chinesa Dongfeng. Desde então, vem se recuperando aos poucos.
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Na Europa, os clientes da Peugeot contam com uma versão extra do 3008, com motor 2.0 turbodiesel de 180 cv e câmbio automático de oito velocidades. Com a configuração GT, também há a possibilidade de escolher o revestimento dos bancos: couro Nappa ou Alcântara. É um tanto quanto caro, mesmo para os padrões europeus. O Peugeot 3008 2.0 GT custa 52 mil euros (aproximadamente R$ 220 mil). Por aqui, a única opção disponível traz motor 1.6 THP de 165 cv e câmbio automático de seis velocidades.
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Apesar de todas as qualidades, do Peugeot 3008 não é bom de vendas no Brasil. Ele acaba ficando atrás de modelos como o VW Tiguan e o insuperável Jeep Compass. De acordo com o levantamento da Fenabrave (Federação Nacional de Distribuição de Veículos), o modelo tem uma média de 160 emplacamentos por mês, totalizando apenas 2.871 unidades comercializadas em 2018. Compare este número com os 5.771 emplacamentos do Tiguan, ou os impressionantes 60.284 Jeep Compass que foram vendidos no mesmo período.
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3 - Honda Civic Type-R
A Honda foi uma das precursoras entre os “foguetinhos de bolso” dos anos 90, com o lançamento do antigo Civic VTi. Essa história de sucesso continuou em meados da década passada com a fabricação nacional do Civic Si de 190 cv de potência, o esportivo mais vendido da Honda no Brasil. Mas sempre estivemos carentes de uma versão específica do Civic: a quebradora de recordes Type-R.
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Seu motor é o 2.0 i-VTEC , de quatro cilindros. É o mesmo usado na geração passada, com turbo, mas agora com uma preparação para gerar 320 cv e 40,8 kgfm de torque entre 2.500 e 4.500 rpm. É o Civic mais potente já feito, pois o anterior chegava a 310 cv, potência para acelerar de 0 a 100 km/h na casa dos 5 segundos.
O Type-R bateu na trave, uma vez que a Honda chegou a cogitar o modelo no Brasil como um carro de imagem. O Chevrolet Camaro, por exemplo, dá lucros irrisórios para a GM, mas se tornou um modelo badalado para “trabalhar a imagem da marca” no Brasil, e chamar atenção para carros mais baratos. Nos Estados Unidos, o Civic Type-R custa US$ 35 mil (R$ 128 mil, em conversão simples).
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4 - Nissan Kicks 1.5 Diesel
As motorizações diesel têm gerado muita polêmica nos últimos anos. Alguns defendem que o Brasil deveria aderir à categoria para carros de passeio, uma vez que este tipo de modelo costuma pesar menos no bolso. Por outro lado, algumas cidades europeias já estão autorizadas a proibir a venda de veículos diesel em suas dependências por conta dos altos níveis de emissões. Independentemente do seu lado nesta queda de braço, os carros desta categoria estão melhorando em eficiência e poluindo cada vez menos. Este Nissan Kicks Diesel indiano é uma das comprovações.
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Apesar das aparências, o Kicks indiano é bem diferente do nosso. Enquanto o modelo fabricado em Resende (RJ) é feito sob a plataforma V, o Kicks da Ásia traz os moldes da arquitetura M0, a mesma da dupla Renault Captur e Duster. Isso interfere diretamente no espaço interno, uma vez que o modelo oriental tem 9 centímetros a mais no comprimento e 5 cm a mais de largura. Todas as versões estão disponíveis com opção de câmbio manual e continuamente variável (CVT) com simulação de seis marchas. Há um eficiente motor 1.5 diesel capaz de desenvolver 110 cv e 25 kgfm na versão topo de linha, pelo preço de 14.650,000 rúpias indianas (aproximadamente R$ 75 mil).
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O Kicks encerrou 2018 como o terceiro SUV compacto mais vendido do Brasil. A Nissan ficou tão empolgada com o resultado que já confirmou investimento em um novo SUV para o nosso mercado. Quem foi ao Salão do Automóvel de São Paulo no ano passado conheceu o novo X-Trail,
o SUV mais vendido da marca no mundo. Ele está bem encaminhado, e deverá contar com uma versão híbrida inédita entre os SUVs médios. Caso seja vendido, o existem grandes chances do X-Trail se tornar o utilitário híbrido mais barato do mercado brasileiro.
5 - Ford Fiesta ST
A Ford sempre foi muito forte no segmento de esportivos. Quem não se lembra de modelos como Maverick, Corcel GT e Escort XR-3? Em meados do fim da década de 90, por outro lado, a marca optou por abandonar completamente a categoria no Brasil, investindo apenas em modelos convencionais. Em alguns países, o sucesso continuava com a linha esportiva ST (Sport Technologies), em modelos como Focus e Fiesta.
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Se fosse vendido por aqui, o Fiesta ST seria rival direto de Renault Sandero R.S e o futuro Polo GTS. Vale dizer que os europeus também podem escolher a linda carroceria com duas portas, valorizando mais ainda suas características esportivas. Neste caso, o motor é 1.5 EcoBoost de 200 cv, com câmbio manual de seis velocidades. O modelo custa 28 mil euros na carroceria duas portas entre as melhores versões (cerca de R$ 117 mil). No Brasil, houve apenas a versão Sport do Fiesta, que tinha apenas efeites para paracer esportivo.